Fernando Almeida

Nesta quarta-feira, 26, ocorreu no Fórum de Araguaína a segunda Audiência sobre o assassinato do jovem evangélico Tone Ramos, ocorrido em abril de 2012.  Os acusados (Marcela, través de advogado e Rosinaldo, pessoalmente) compareceram diante do Juiz da 1ª Vara Criminal, Francisco Vieira Filho. O Promotor do caso afirma, com base nos laudos, ter certeza da participação deles no crime.

Rosinaldo Rodrigues da Silva, 28 anos, acusado de ser o executor do crime, chegou ao Fórum algemado.  Ao avistá-lo, a mãe de Tone Ramos, que estava com uma camiseta pedindo justiça, chorou.  A audiência aconteceu numa sala reservada, sem o acesso da imprensa. A enfermeira Marcela Moreira Leal (28 anos), acusada de ser a mandante do crime, está presa em Babaçulândia (TO) e não compareceu à audiência. Foi representada pelo advogado. Os dois acusados optaram pelo silêncio perante a Justiça.

Acusação

Para o Promotor de Justiça, que fez a sustentação oral, os dois têm participação no crime. “O Ministério Público, pelas provas trazidas nos laudos e pelo decorrer da investigação na fase policial, bem como na fase judicial, tem certeza que Marcela foi autora intelectual, mandante. E Rosinaldo, foi o executor,” afirmou Paulo Alexandre. Ele acredita que o caso deve ser levado a Júri Popular. “Pelas provas carregadas nos laudos, a probabilidade ou juízo para que isso aconteça é muito grande,” argumentou.

Versão da Defesa

O advogado de Rosinaldo Rodrigues, Marcos Reis, reinterou o posicionamento de que a decisão seja tomada em Júri Popular e classificou as provas contra seu cliente como frágeis. “Embora tenha havido uma intensa extensa colheita de provas, ainda assim elas são frágeis, insólitas e duvidosas,” afirmou Reis. Ainda acrescentou que Rosinaldo permaneceu calado exercendo seu direito ao silêncio. A defesa de Marcela não falou com a imprensa.  O Juiz Francisco é quem vai definir se leva ou não a Júri Popular.

Cobranças da família

Já a família exige que a Justiça seja feita e os culpados sejam punidos com o rigor da Lei. “Espero sim que eles peguem a pena de 30 anos, pena máxima do Código Penal Brasileiro, que é um crime hediondo, triplamente qualificado. A vítima não teve nenhuma chance de defesa,” exigiu Welton Ferreira, irmão da vitima. Outro irmão Nivalben Ferreira também falou sobre a audiência. “A família tá muito sentida, sabe não volta mais, a perca é muito grande (...) Mas esta causa, minha família vai ganhar na Justiça.”

O caso

Tone Ramos, na época 28 anos, foi assassinado a tiros na noite do dia 30 de abril de 2012, em frente a um motel em Araguaína.  Segundo a Polícia Civil, Rosenildo Rodrigues da Silva efetuou disparos de arma de fogo contra a vítima, que morreu no local. Ele foi preso em 15 de maio deste ano em Marabá (PA). Já a enfermeira Marcela Moreira Leal, 28 anos, foi presa dois dias depois, em Araguaína (em 17 de maio). Segundo as investigações, ela seria a mandante do assassinato do ex-esposo e teria ofertado 4 mil reais a Rosinaldo para executá-lo.

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