Após denúncias, técnicos do Ministério da Saúde estiveram em Araguaína (TO) nesta quinta-feira (30) visitando as duas Unidades de Pronto Atendimento da cidade que foram construídas com recursos do Governo Federal. Ambas deveriam estar em pleno funcionamento, mas até agora, somente a unidade do Setor Araguaína Sul está de portas abertas.

Já a UPA do Setor Vila Norte, inaugurada há três anos, em 2011, os técnicos conferiram que a unidade nunca recebeu nenhum paciente. Além disso, os representantes do Ministério da Saúde constataram in loco o abandono da obra que custou mais 1,1 milhão aos cofres públicos federais. O prédio possui mofo e muitas infiltrações. Para que entre em operação demandará reforma em praticamente toda sua estrutura física. Dentro da unidade alguns equipamentos também recebidos do Governo Federal estão amontoados.

Os técnicos estiveram acompanhados do secretário municipal de Saúde, Rubens Neves.

Enquanto a UPA não é ativada, o Hospital Municipal de Araguaína continua sem atendimento de emergência e a única unidade que atende toda a cidade é a do setor Araguaína Sul, que está sempre lotada.

Até março

A situação da UPA Vila Norte foi mostrada em rede nacional pelo jornal Bom Dia Brasil, nesta sexta-feira (31). A Unidade deveria estar funcionando 24 horas todos os dias para desafogar as filas dos hospitais.

De acordo com o Jornal, a construção terminou há dois anos e meio, mas a prefeitura diz que falta dinheiro para comprar equipamento e contratar funcionários.

O Ministério da Saúde diz que, se a unidade não abrir até março, a prefeitura vai ter que devolver os mais de R$ 2 milhões que recebeu do Governo Federal.

Caso já denunciado

O caso da UPA Vila Norte já foi mostrado exaustivamente pela imprensa araguainense e agora ganhou destaque em nível nacional. No início de janeiro, reportagem do AF Notícias denunciou que a Unidade de Pronto Atendimento permanecerá mais um ano de portas fechadas.

Em resposta, a Secretaria Municipal de Saúde informou que a ativação da Unidade deveria ser feita com recursos exclusivos do poder público, valor estimado em R$ 960 mil. Segundo a Prefeitura, a manutenção mensal da UPA ficaria em torno de R$ 1 milhão a R$ 1,2 milhão.

No início do ano a Prefeitura reforçou que não possui condições financeiras para abrir a nova unidade.

A reportagem entrou em contato com a Prefeitura de Araguaína, mas ainda não se posicionou sobre as declarações do Ministério da Saúde.