Fernando Almeida

O caseiro João Batista Lopes Freitas (28) e a companheira Ângela Peres da Silva (19 anos) confessaram na manhã desta quinta-feira, 09,  diante da imprensa o assassinato do casal e empresários araguainenses Demerval Correria Freire (57 anos) e a esposa Lenir da Silva Freire(55 anos), ocorrido há 17 dias.   João Batista disse que planejou o crime e combinou com a esposa com 3 dias de antecedência, justificou que deixou o bilhete para confundir a investigação e  aproveitou a oportunidade para pedir perdão aos familiares das vítimas.

O caseiro ainda justificou que matou o casal de empresários para ficar com a caminhonete, “pensei que ia melhorar de vida”.  Ele ainda relatou que a companheira Ângela ajudou a enterrar os corpos numa vala no dia 23 de dezembro por volta das 21h30 e que fugira  cerca de duas horas depois. Sem habilitação, ele conduziu a caminhonete pelas BR"s 226 e 010 até a cidade de Imperatriz (MA).

Premeditação

Sobre a premeditação do crime ele explicou. “Assim, com uns três dias a gente planejou. Aí planejei na sexta e no sábado, aí não deu certo”.  No entanto na terceira tentativa, já no domingo, o plano se concretizou. “Desliguei a bomba e quando ele (Demerval Correria Freire)  foi ligar a chave matei com golpes na cabeça,” confessou.  Já sobre a morte de dona Lenir, ele jogou a culpa para a companheira. Porém, Ângela nega que tenha matado. “Apenas ajudei a enterrar. Peguei só no corpo dela,”  justifica.

Pedido de perdão

Questionado se estava arrependido, cabisbaixo e friamente Batista respondeu. “Se arrependimento matasse eu já teria morrido. Quero pedir perdão a vocês aqui. Quero que a família me perdoe". 

Ficha criminal

Segundo o delegado que preside o inquérito, José Rerisson Macedo,  o veículo (L200 de cor branca) foi levado para o interior do Maranhão e trocado por um gol de um tio de Ângela.  Ainda conforme Macedo, João Batista é acusado de matar o próprio filho de 32 dias de nascido, em Governador Valadares (MG) no ano de 2006. “Ele botava pano na boca da criança e batia.. ele veio à óbito,”  relatou o delegado as informações contidas nos laudos da Justiça de MG.

O bilhete

Ainda segundo o delegado, o bilhete encontrado seria para despistar a investigação, pois relatava que havia outras pessoas na chácara. O caseiro inicia o bilhete com pedido de desculpas direcionado ao patrão, Sr. Demerval, explicando que teve que fugir porque os ‘homens’ que apareceram na chácara “vinherão di mata”. João Batista relata que os elementos não eram amigos dele, e que um era ex-marido de sua mulher. O caseiro escreve que a mulher deixou o outro companheiro para poder ficar com ele, e que por esse motivo o “homem”, não identificado no bilhete, queria matá-los.   Ao final, ele narra que devido a essa ameaça teve que fugir depois que o Demerval foi  embora da chácara.

Bilhete escrito pelo caseiro e deixado na chácara em Wanderlândia, após matar o casal.

Segundo o delegado da Polícia Civil, Rerisson Macedo,  foi pedido a Prisão Provisória dos dois acusados. Eles vão responder pelos crimes por latrocínio e ocultação de cadáver e podem pegar até 30 anos de prisão. João Batista será recambiado à cidade de Wanderlândia (TO) e Ângela ao presídio feminino de Babaçulândia (TO). A equipe do Araguaína Notícias acompanhou de perto o caso e trará mais detalhes da investigação.