Para 2021, os vereadores de Araguaína já garantiram o 13º e o aumento de 26% no subsídio, sem precisar fazer protesto ou greve. Mas no próximo ano, os atuais 17 parlamentares dependem do aval do araguainense para continuar o mandato ou serem demitidos. Por isso, querem obrigar Ronaldo Dimas a abrir as comportas do cofre.
Nos bastidores, comenta-se que ao menos 8 dos 17 vereadores serão eliminados na urna. E isso tira o sono de alguns. Pois, como nos versos de “Trem das Sete” de Raul Seixas, paira o suspense: “Quem vai chorar, quem vai sorrir? Quem vai ficar, quem vai partir?”
A eleição está chegando e o tempo se esgotando. Os vereadores precisar reverter a imagem. O alerta já foi dado por um experiente colega: há vereadores catapora. Isto é, só dá uma vez.
Para complicar ainda mais a situação, relatório do Observatório Social do Brasil (OSB) referente a 2017 apontou que 91% das aprovações "não têm relevância.”
Mas ainda falta um ano para eles reverterem a imagem e se apresentarem para a opinião pública como indispensáveis e insubstituíveis. E o melhor caminho é fazer acontecer. Isto é, fazer algo de concreto em que a população consiga mensurar a importância.
Por isso, a sacada foi instituir a Emenda Impositiva e obrigar a prefeitura a realizar até R$ 4,8 milhões em obras para atender indicação de vereadores. Isso sim, mostraria que de fato o parlamentar faz acontecer. E na campanha, cada um poderá ter o portifólio com fotos de ‘suas’ benfeitorias. E com isso provar que vereador não é apenas alguém que fala, fala, fala e nada acontece.
Desse modo, a Emenda Impositiva veio no momento propício, no ano eleitoral. Pois é Ronaldo Dimas quem controla a alavanca para abrir a comporta do cofre. E a Lei estabelece que ele faça isso de olhos vendados, para não usar conta-gotas para adversários e fazer jorrar quando for aliado.
Dimas também precisa do apoio da população e dos vereadores para eleger o sucessor em 2020. Portanto, a Câmara emparedou Dimas e ele ficou praticamente sem saída, entre a cruz e a espada. Resta ao jurídico da prefeitura, se for o caso, salvar Dimas. Pois pode questionar a Inconstitucionalidade da Lei, por vício de iniciativa.
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