Notícias

Igreja Católica cria Diocese de Araguaína e nomeia Dom Giovane como primeiro bispo

Desmembrada das Dioceses de Tocantinópolis e de Miracema do Tocantins, Araguaína é a nova circunscrição eclesiástica do Tocantins.

Primeiro bispo da Diocese de Araguaína será Dom Geovane Pereira de Melo
Foto: Divulgação

Na manhã da terça-feira (31/01), a Nunciatura Apostólica do Brasil, anunciou a decisão do papa Francisco de criar a Diocese de Araguaína, no estado do Tocantins, e nomear o primeiro bispo diocesano, Dom Giovane Pereira de Melo, transferindo-o da sede de Tocantinópolis. O arcebispo metropolitano de Palmas-TO e presidente do Regional Norte 3 da CNBB, Dom Pedro Brito Guimarães, foi o responsável por oficializar o anúncio, primeiramente, em celebração restrita ao clero, religiosas e lideranças leigas, na matriz São Sebastião, catedral provisória da nova diocese.

Desmembrada das Dioceses de Tocantinópolis e Miracema do Tocantins, a nova Diocese terá uma população estimada de 308.2178hab em um território de 35.826,93Km2, distribuídos em 19 munícipios do meio-norte tocantinense. A Diocese de Araguaína contará com 22 paróquias, 18 padres diocesanos, 13 padres religiosos, 8 diáconos permanentes, 12 seminaristas e 15 religiosas.

Os municípios que comporão a nova Diocese são: Araguaína, Arapoema, Aragominas Araguanã, Bandeirantes do Tocantins, Barra do Ouro, Babaçulândia, Carmolândia, Campos Lindos, Filadélfia, Goiatins, Muricilândia, Nova Olinda do Tocantins, Palmeirantes, Pau D arco, Piraquê, Santa Fé do Araguaia, Xambioá e Wanderlândia.

Matriz São Sebastião, catedral provisória da nova diocese.

A concretização de um sonho antigo

Em 1978, o Regional Centro-Oeste da CNBB encomendou ao CERIS, um estudo da realidade socioeconômica das dioceses e prelazias que o compunham. O relatório, assinado por Célia Maria Santos Bertone, propunha, já naquele tempo, uma nova diocese com sede em Araguaína. Porém, a proposta não foi levada adiante por Dom Cornélio Chizzini, primeiro Bispo Diocesano de Tocantinópolis, por causa de muitas outras preocupações da época, sobretudo os graves conflitos de ocupação da terra que culminaram com a morte do Pe. Josimo Moraes Tavares, em maio de 1986. A morte de Dom Cornélio colocou na gaveta o projeto do Regional Centro-Oeste que só foi retomado, em 1997, por Dom Aloísio Hilário de Pinho, mas que não logrou continuidade.

A criação do Estado do Tocantins, em 1988, trouxe ao norte um novo alento e desenvolvimento econômico-social. Em 2003, Dom Miguel Ângelo Freitas Ribeiro, terceiro bispo da Diocese de Tocantinópolis, apresentou novamente o projeto, que na época contava com o apoio dos bispos do Estado do Tocantins, assim como com a indicação de possibilidade de criação da Diocese de Araguaína por parte do então Núncio Apostólico no Brasil o Exmo. Revmo. Sr. Dom Lorenzo Baldisseri.

Houve mudança do Núncio Apostólico, do Arcebispo Metropolitano, do Bispo Diocesano, de bispos da Província etc. e novamente o projeto não se concretizou. Com a chegada de Dom Giovane e de outros bispos da Província Eclesiástica de Palmas, o projeto foi retomado e revisado. Até que no dia de hoje ( 31/01/2023), a Nunciatura Apostólica no Brasil, comunicou a decisão do papa Francisco de criar a Diocese de Araguaína.

A nova configuração das Dioceses de Tocantinópolis e Miracema do Tocantins

Com a criação da Diocese de Araguaína, a Diocese de Tocantinópolis permanece com o território da região do Bico do Papagaio, extremo norte do estado. A nova organização territorial terá uma área de 15.761km2 e a população de 214.313hab em 25 municípios do Bico do Papagaio. A Diocese contabilizará 15 paróquias, 14 padres diocesanos, 03 sacerdotes religiosos, 01 diácono permanente, 05 seminaristas e 02 congregações religiosas femininas.

Os municípios que continuam a fazer parte do território da Diocese de Tocantinópolis são: Aguiarnópolis, Ananás, Angico, Araguatins, Augustinópolis, Axixá do Tocantins, Buriti do Tocantins, Cachoeirinha, Carrasco Bonito, Darcinópolis, Esperantina, Itaguatins, Luzinópolis, Maurilândia do Tocantins, Nazaré, Palmeiras do Tocantins, Praia Norte, Riachinho, Sampaio, Santa Terezinha do Tocantins, São Bento do Tocantins, São Miguel do Tocantins, São Sebastião do Tocantins, Sítio Novo do Tocantins e Tocantinópolis. Até a instalação da Diocese de Araguaína, Dom Giovane continua como administrador da Diocese de Tocantinópolis. Após a sua saída, o papa Francisco deverá nomear outro bispo.

Com os 03 municípios agregados ao território da nova Diocese, a Diocese de Miracema do Tocantins, passa a ter uma população de 207.498hab em um território de 43.545,59Km2, 20 paróquias, 22 padres diocesanos e 03 religiosos, 10 diáconos permanentes, 05 seminaristas e 22 religiosas. A Diocese continua sob o governo pastoral de Philiph Dickmans.

Dom Giovane Pereira de Melo

Dom Giovane nasceu em 16 de janeiro de 1959, em Salinas-MG. Estudou Filosofia na Faculdade Católica de Mato Grosso e Teologia no Instituto Teológico, em Campo Grande-MS. Dom Giovane é especialista em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Mato Grosso e Mestre em Teologia Pastoral pela Pontifícia Faculdade de Teologia Nossa Senhora da Assunção, de São Paulo-SP.

Ordenado presbítero em 24 de março de 1990, na Diocese de Rondonópolis-MT, foi Coordenador Diocesano de Pastoral e reitor do Seminário Maior Jesus Bom Pastor da Diocese de Rondonópolis, em Várzea Grande (MT), pároco a paróquia Nossa Senhora Aparecida, em Rondonópolis e assessor de diversas pastorais, movimentos, organismos e serviços. No Regional Oeste 2 foi represente dos Presbíteros, presidente da OSIB, coordenador do Serviço de Animação Vocacional (SAV) e professor do Studium Eclesiástico Dom Aquino Correa (Sedac).

No dia 4 de março de 2009, foi nomeado pelo papa Bento XVI, bispo da Diocese de Tocantinópolis-TO. Ordenado para o episcopado pela imposição das mãos de dom

Juventino Kestering, no dia 8 de maio daquele ano, escolheu como lema: “Cuidarei do rebanho de Deus a mim confiado” (Ez 34,11).

Dom Giovane foi bispo referencial das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs), no estado do Tocantins regional Norte 3, e membro da Comissão Episcopal para o Laicato da CNBB, sendo o responsável pelo acompanhamento do Setor CEBs em âmbito nacional. Desde o ano de 2018 é o Presidente da Comissão Episcopal Pastoral para o Laicato da CNBB.