A ASTT fechou Cônego João Lima nos cruzamentos com a Av. Neblina e Rua das Mangueiras
Foto: Marcos Sandes/Ascom

Mesmo diante do aumento de casos da covid-19, o prefeito Ronaldo Dimas (Podemos) diz ter visto a luz no fim do túnel, que possibilita o retorno ao comércio em Araguaína. O movimento pró-reabertura ganha força por causa do agravamento da crise, do enfrentamento da tempestade em barcos diferentes e da nova leitura dos dados.

Dia após dia, o pequeno empresário de Araguaína sente o peso da crise no bolso, no sono e na mesa. A pequena margem de lucro, reduzida por taxas e impostos, agora se transforma em saldo devedor. As certezas das contas e as incertezas das vendas já tiram o sono da madrugada.

Para piorar a situação, a tempestade do coronavírus é a mesma, mas as pessoas estão em barcos diferentes. Apesar de afetar a todos, funcionários públicos, donos de farmácias, supermercados e de qualquer empresa de serviço essencial estão num barco bem mais estável. E, com isso, conseguem ver o farol de chegada, após a crise.

Os demais, em pequenos barquinhos à deriva no meio da tempestade, estão apavorados e desnorteados. Ainda não sabem nem onde fica o túnel. Quiçá ver a luz que se encontra no fim dele.

Seria melhor baixar as portas para sempre enquanto a dívida é pequena? Ou esperar mais um pouco e correr o risco de sobreviver à crise ou se naufragar nas dívidas?

Quem salvará o pequeno empresário diante da tormenta? Será o Chapolin Colorado? Enquanto espera pela definição de quem o salva, o pequeno comerciante começa a ver a mesa mais vazia, com menos comida. E a geladeira ter mais água que alimentos. E a mente o atormenta: é melhor morrer de fome, enclausurado.  Ou lutar e tentar sobreviver, mesmo diante dos riscos do coronavírus?

Talvez não sejam guiados pela razão, mas sim pelo instinto de sobrevivência. Outro aliado do pequeno comerciante é a leitura dos dados em Araguaína. No fim de semana a prefeitura divulgou que, apesar do expressivo aumento de casos, o índice de internação caiu 20%.

Junto aos fatores já citados, os pequenos empresários se enchem de esperança, com a possível reabertura do comércio.  Pois acham injustiça que seu comércio, que recebe dois clientes, fique fechado. Já outros, por se enquadrarem em serviços essenciais, possam ter vários clientes simultâneos.

Por fim, vale ressaltar, sem julgamento de certo ou errado, as palavras do comerciante Alcides Guimarães resumem bem o sentimento do pequeno empresário araguainense.

“Não dá para encararmos essa guerra sem sustentar a nossa família. Nós não temos salários, não somos aposentados. Nossas empresas são pequenas e no máximo entram três ou quatro clientes de uma vez. Já demos nossa contribuição. Agora é nosso grito de socorro”!