Acusados pela morte do Advogado Danilo Sandes na 1ª audiência de Instrução.

Ocorre desde a manhã desta quinta-feira (1º), a primeira audiência de instrução do caso do advogado Danillo Sandes, assassinado a tiros em julho do ano passado. A sessão pública acontece de portas abertas no auditório da OAB, Subseção de Araguaína. Dentre os presentes estão quatro acusados pela morte do advogado araguainense. Além de familiares, amigos e advogados.

A audiência é conduzida pelo juiz Francisco Vieira Filho, da 1ª Vara Criminal, com as presenças de membros da OAB-TO, como o presidente Walter Ohofugi, e de advogados do Conselho Nacional da OAB.

Hoje, estão sendo ouvidas as testemunhas de acusação arroladas pelo Ministério Público Estadual (MPE), as de defesa e o interrogatório dos acusados.

A mãe de Danillo foi uma das primeiras a prestar depoimento. Pela manhã, o juiz ouviu os delegados José Rérisson Macedo Gomes e Guilherme Torres, responsáveis pela investigação e prisão dos acusados. Para os delegados, os homens contratados para matar o advogado participam de grupo de extermínio.

O farmacêutico Robson Barbosa Santos, de 32 anos, apontado como mandante do crime, chegou pela manhã algemado, escoltado por policiais civis. Robson ficou sentado ao lado dos outros três acusados de planejar e executar o crime, os policias militares do Pará, Rone Marcelo Alves Paiva, João Oliveira dos Santos Júnior e o ex-militar Wanderson Silva de Sousa. O interrogatório dos acusados ocorreu durante a tarde.

Ao AN, o presidente da OAB-TO, Walter Ohofugi, disse que espera por Justiça. "Que os culpados sejam responsabilizados. A advocacia do Tocantins inteiro, a advocacia brasileira acompanha de perto esse caso, que é muito emblemático para a advocacia. E vamos acompanhar de perto até a punição dos envolvidos" declarou.

Para Ohofugi, o Danilo tornou-se um símbolo para a advocacia tocantinense, por sua atuação baseada na ética.

Já o advogado de Robson, Wendel Oliveira, disse a reportagem que "a defesa não tem de provar a inocência". Ele afirmou que "é a acusação que terá de provar de Robson é culpado de crime de mando de homicídio".

Declarou ainda que as provas contra Robson são "fragilíssimas" e provocou a acusação. "Trouxe cinco pessoas, quatro estão aqui presas, tem um quinto que ainda não vi, acusado, por um grampo telefônico que não tem nenhuma fala. Vamos trazer prova. Processo penal exige prova. Se não há provas, não há o crime. Não há a quem culpar. Tem que aprofundar no campo das provas. As provas têm diversas modalidades. E a modalidade mais importante não se tem, que é a prova testemunhal" afirmou Wendel.

Relembre

O advogado Danilo Sandes, 30 anos, desapareceu no dia 25 de julho de 2017, e o corpo foi encontrado quatro dias depois, às margens da TO-222. Ele foi executado com dois tiros na nuca e o corpo foi deixado num local a céu aberto.

O farmacêutico Robson Batista teria encomendado crime motivado por um inventário de uma herança de R$ 7 milhões, na qual queria ganhar vantagem sobre os demais herdeiros. A investigação do caso foi realizada pelos delegados José Rérisson Macedo e Guilherme Torres, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa de Araguaína (DHPP).

Segundo o MPE, o farmacêutico pagou R$ 40 mil, em duas parcelas, ao grupo de extermínio formado por militares para planejar e executar o crime.

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