Fernando Almeida

Um recém-nascido de 04 meses com dextrocardia morreu na madrugada da sexta-feira, 14, após ser atendido no Hospital Municipal de Araguaína.  Segundo a família, a longa espera de 3 horas na UPA do Araguaína Sul aguardando uma ambulância para fazer a transferência ao HMA, pode ter contribuído para o agravamento do estado de saúde do bebê que o levou a morte.

O bebê de quatro meses, C.C.S, já havia sido atendido na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Araguaína Sul há dois meses, foi medicado, passaram uma  amoxilina e o liberaram, de acordo com a mãe,  L.C, 16 anos. Segundo ela, na época a unidade hospitalar explicou que o peito era maior porque o “ossinho” (osso externo) que fica entre eles não tinha fechado e não era nada sério.

O diagnóstico

Segundo a mãe relatou ao Araguaína Notícias, na última quinta-feira, 13, por volta das 9h00 da manhã ela voltou com a criança, foi atendida na UPA às 13h00, após 3 horas de espera.   Só depois de fazerem o Raio X, detectou-se que o bebê era  cardiopata e tinha dextrocardia, um caso raro onde o coração fica  localizado no lado direito do corpo. E também estava com pneumonia.  Diante disso, segundo a mãe, o médico perguntou se ela queria levar o menino “para cuidar em casa” ou queria interná-lo, então ela optou por transferi-lo ao Hospital Municipal de Araguaína, onde teria o atendimento especializado.

Atendimento no HMA

No entanto, a transferência da UPA para o HMA dependia de uma ambulância e teve que aguardar por mais de 3 horas.  A mãe relatou que durante a espera, a criança tinha falta de ar e começou a ficar roxa. O Atendimento no Hospital Municipal de Araguaína ocorreu somente por volta 20h15.  Segundo a Pró-Saúde, em estado era gravíssimo, com quadro de infecção pulmonar avançada, desnutrição, desidratação acentuada e peso inferior ao do nascimento.  O óbito foi constatado na madrugada de sexta-feira (14/2), às 3h45.

Ao Araguaína Notícias, a mãe relatou. “Eu estou arrasada, era o primeiro filho e eu estava bem apegada a ele.” Ainda disse que se não fosse a demora da ambulância a criança estaria viva.  “Acredito que daria pra salvar.” Segundo ela, o pré-natal  feito UBS do Setor Couto não diagnosticou o problema.  O corpo da criança foi sepultada na sexta-feira, 14, no cemitério Municipal localizado no Setor Monte Sinai em Araguaína. 

Resposta da Pró-Saúde

Em nota, a assossiação que administra a UPA e o HMA, a Pró-Saúde, informou que “o clínico do hospital prontamente atendeu o paciente, submeteu-o a exames, como de raio-x, onde ficou constatado um aumento da área cardíaca, quadro considerado de extrema gravidade. O paciente recebeu, imediatamente, todo o suporte necessário para seu tratamento, sendo internado em uma unidade de estabilização monitorada, com suporte de oxigênio e início de tratamento medicamentoso.”  

Já em relação ao atendimento ocorrido há dois meses na UPA, explicou que a criança foi medicada e estabilizada e a família foi orientada a dar continuidade ao tratamento, inclusive nas investigações do tipo desnutrição e cardiopatia, nas unidades básicas de saúde, que são responsáveis pelas avaliações e, se necessário, encaminhamento ao Ambulatório de Especialidades.