
Após críticas a profissionais de educação e dizer que professora estava “ganindo” nas redes sociais, o vereador Marcus Duarte (SD) foi alvo de protesto. A manifestação foi organizada pelo Sintet e aconteceu na manhã desta quinta-feira (15) em frente à Câmara de Araguaína.
Toda a polêmica começou após declarações do parlamentar durante a sessão da última segunda-feira (12) ao defender o retorno das aulas. Na oportunidade, Marcus disse que mais de 2,5 mil alunos deixaram de fazer a matrícula, defendeu o retorno presencial das aulas e teceu críticas aos profissionais que são contra.
"E alguns, a minoria dos professores, vem defender o não regresso das aulas dizendo que é prejudicial às crianças, que é grave. Que as crianças vão estar sujeitas ao vírus. Mas esses mesmos que defendem o não regresso às aulas, se nós notarmos nas redes sociais, estão nas praias, estão nas chácaras". Alfinetou.
Diante disso, a professora e suplente de vereadora Paula Zerbini, gravou vídeo no mesmo dia rebatendo as declarações de Marcus Duarte.
“Culpabilizar mais ainda o professor, o servidor da educação porque as crianças não estão matriculadas na rede municipal de ensino. Acho que um tanto perversidade de quem não conhece a educação.” Replicou Zerbine, em vídeo.
Na réplica, na terça-feira (13), Marcus disse não ter falado contra nenhuma classe ou contra professor e disparou contra Paula Zerbini.
“Eu entendo a suplente de vereadora por que o desejo dela era ter voz aqui na Câmara. Mas infelizmente não teve sucesso nas eleições passadas. (....) Fica aí ganindo nas redes sociais. (...) É direito da vossa senhoria está ganindo nas redes sociais. Falando o que não sabe.” Retrucou.
Manifestação do Sintet
Depois disso, o Sintet publicou vídeo no Facebook e convocou uma manifestação contra o vereador, que ocorreu na manhã desta quinta-feira (15) na Câmara de Araguaína.
Com carro de som os representantes do Sindicato expuseram suas indignações e rebateram as declarações do parlamentar. Os vereadores desceram do plenário para ouvir as reclamações na rua, em frente à Câmara.
Na oportunidade, uma das diretoras do Sintet, que se identificou como Eunice, defendeu a classe dos professores. “Hoje a nossa indignação, vereador Marcus, é pelo senhor ter atacado sim os professores e dito que os professores querem faltar, porque querem ir pra praia. Que quer tá em bar. Pode ser que tenha. Mas não é a categoria que está. (...)”.
A professora também cobrou postura dos parlamentares em defesa de vacinação. “Queremos que os vereadores defendam, não só o vereador Marcus defenda, mas toda essa Casa de Lei defenda: que a vacina chegue logo. Que todos os professores sejam priorizados. Já que a gente entende que a educação é essencial e é prioritária”.
Complementou ainda que todas as atividades estão sendo confeccionadas na escola, impressas e os pais vão buscar. Pontuou que nas aulas presenciais a carga horaria é de 8 horas por dia, mas nas aulas online esse tempo é bem maior. “Nós, professores, estamos trabalhando triplicado". Pontuou, exigindo que o vereador se retratasse.
Durante a manifestação, Marcus Duarte usou o microfone do carro de som e voltou a defender o retorno presencial das aulas e disse que o vídeo dele havia sido editado, pois não havia dito que eram todos professores que iam para praia. Mas sim alguns, minoria.
Afirmou ter defendido o direito de todos os professores serem vacinados. “De maneira alguma falei contra professor, nem instiguei pai contra o Sistema de Educação. Defendi sim o direito dos mais necessitados que estão sendo prejudicados, porque não tem volta às aulas, não tem aula presencial. Mas todos tem sim o direito de levar ou não seu filho. (...) Eu não sou contra o Sintet, não falei contra professor, mas pegaram uma fala e editaram, para beneficar o Sindicato. E isso sim eu repudio". argumentou o vereador.
A assessoria do parlamentar informou em nota que durante a sessão desta quinta-feira, o vereador Marcos Duarte pediu desculpas a Paula Zerbini pelas declarações de cunho pessoal feitas anteriormente. Paula estava presente na sessão de hoje e o parlamentar solicitou que o desagravo fosse registrado em ata.