
Os professores da rede municipal de ensino de Riachinho, a cerca de 110 km de Araguaína, iniciaram na manhã desta segunda-feira (8) uma greve por tempo indeterminado. Diante da suspensão das atividades, os alunos estão sem aula nas duas escolas municipais da cidade.
De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado do Tocantins (SINTET), a categoria está indignada com a gestão da prefeita, Diva Ribeiro de Melo, que tem se negado a cumprir os direitos dos profissionais. Os professores querem atualização da Lei do Plano de Cargos, Carreira e Remuneração (PCCR), efetiva implantação do piso nacional e reajuste nos níveis da inflação.
Em entrevista ao AN, a professora Darcivanda Demellas disse que atualmente o município conta com 54 professores concursados, que recebem R$ 2.393. Valor bem abaixo do piso nacional do magistério, fixado em R$ 2.557 para o ano de 2019. "Tem gente com 20 anos de concurso recebendo esse valor", criticou.
Ainda segundo a professora, os benefícios garantidos em lei foram cortados em 2017, início da atual gestão. De lá para cá, a categoria vem lutando para regularização do PCCR.
"Estamos recebendo abaixo do piso. Não temos progressão nenhuma, não estamos ganhando nem com pós-graduação. A maioria dos educadores são pós-graduados. Estamos lutando pelo plano de carreiras para que seja regularizado e mandado pra Câmara. E a gestão não quer entrar em acordo".
De acordo com a professora, depois de cortar 20% do salário em 2017, a prefeitura propôs conceder aumento de 5,75%. "Mas nós não vamos aceitar. Queremos que regularize o PCCR. Quando ela [prefeita] entrou em 2017 rebaixou nosso salário em 20%" protestou Darcivanda.
Os professores afirmam ainda que vários contratos que seriam "sem necessidade" nas escolas. "Só tem duas escolas aqui. Tem uma escola na zona rural que tem 15 professores só de contrato. Sem necessidade. Tem muitos professores que estão fora da sala que é pra ela botar mais contrato. Ela tá fazendo política com nosso dinheiro. A realidade é essa. Afirma Demellas
Os professores andaram pelas principais ruas de Riachinho e povoados vizinhos anunciando o motivo da greve. A categoria afirma que só retornará para a sala de aula quando a prefeita firmar acordo para regularizar o PCCR.
A reportagem do AN entrou em contato com a prefeitura de Riachinho, mas nossas ligações não foram atendidas.