Em entrevista aos portais AF Notícias e Araguaína Notícias, o deputado estadual e candidato ao Senado, Sargento Aragão (PROS), falou de suas propostas para o Tocantins, disse que a terceirização da saúde serve apenas de cabide de emprego, alfinetou a senadora Kátia Abreu e afirmou que os candidatos envolvidos no rombo milionário do Igeprev (Instituto de Gestão Previdenciária do Tocantins) deveriam estar presos e não disputando eleições.

Questionado sobre seus objetivos enquanto candidato ao Senado Federal, Aragão disse que seu projeto é simples, porém voltado para o povo tocantinense. O candidato aproveitou ainda para destacar o trabalho do falecido senador João Ribeiro e criticar a atuação parlamentar de Kátia Abreu.

Engraçado que em todas as cidades que passamos nós não encontramos nenhuma obra da senadora Kátia Abreu. Já do saudoso senador João Ribeiro encontramos creches, escolas, postos de saúde e muitas outras obras. Eu quero ser senador do povo do Tocantins. Quero ser conhecido no Brasil, mas minha prioridade é meu Estado, disse.

Críticas à doação da FUNTROP e HDT       

O deputado estadual afirmou também que não há proporcionalidade em trocar um patrimônio de R$ 35 milhões por apenas 20 vagas para o curso de medicina.  

Em 2013, o Governo do Estado fez a doação do Hospital de Doenças Tropicais e da Fundação de Medicina Tropical à Universidade Federal do Tocantins (UFT) em troca da abertura do curso de medicina em Araguaína.

Engraçado que ninguém quer doar o Hospital Regional de Araguaína e ninguém quer recebê-lo como doação, mas o que está funcionando bem eu quero. Em 2012, o HDT foi o único hospital do Tocantins a receber o prêmio de excelência. Mas esse que é bom eu não quero. Esse eu vou doar para a UFT.  E depois vem alguém e diz que é a mãe das 20 vagas do curso de medicina de Araguaína.  Vem cá, Araguaína está tão pequena que pra ter um curso de medicina alguém tem que entregar seu maior patrimônio?, questionou Aragão.

Saúde

A crise na saúde do Estado não é provocada pela falta de recursos, mas principalmente por ausência de gestão, segundo Sargento Aragão.

Nós tivemos mais de 2 bilhões de reais para 2014.  Mas o problema também não é só falta de gestão, o problema é o roubo, a corrupção. Você compra R$ 40 milhões de remédio e a pessoa entrega o equivalente a R$ 10 milhões. E depois compra remédio vencido justamente para jogar fora e culpam o funcionário. Isso não devemos permitir, denunciou.

Troca-troca de partidos

O candidato ao Senado Federal também foi taxativo ao criticar políticos que não possuem posicionamento claro e definido.

-Parlamentar que foi eleito pela oposição não tem que virar governo. As pessoas votaram nele para fiscalizar o gestor.  Tem que ter postura e posicionamento claro. Agora tem muita gente que em 2002 estava com Siqueira, em 2006 foi com Marcelo para ser eleita senadora, em 2010 voltou para Siqueira para eleger o filho a deputado federal, em 2012 esteve com Marcelo Lelis para eleger o outro filho vereador em Palmas e agora, em 2014, retorna aos braços de Marcelo para ser reeleita senadora. Não dá mais para aguentar esse tipo de personagem dentro da política do nosso Estado do Tocantins. Isso temos que expurgar, disparou Aragão.

Preparo do concorrente Eduardo Gomes

Questionado se Eduardo Gomes estaria preparado para representar o povo tocantinense no Senado Federal, Aragão foi duro ao afirmar que o candidato deveria estar preso. Aragão justificou citando o suposto envolvimento de Gomes com o rombo no Igeprev e disse também que o candidato é réu em processo que corre em segredo de justiça no STF e ainda teve seu nome estampado na agenda do doleiro Fayed.

O deputado estadual, que é também membro da Comissão Parlamentar de Inquérito que investiga o rombo no Instituto (CPI do Igeprev), afirmou que em 2010 foi feito um cálculo atuarial e mostrava que até 2084 os segurados estavam tranquilos com a sua aposentadoria. Repetido esse cálculo em 2012, essa previsão caiu para 2019.

O governo vai ter que aportar recursos para pagar os segurados do Igeprev.  Mas quem foi que quebrou a previdência? Tem nome, tem cara. Tá lá escrito. Se alguém no passado também meteu a mão no Igeprev, já foi punido ou não foi, vai pra cadeia. Nós temos que parar desse negócio de ficar acobertando ladrão. Ladrão tem que ficar na cadeia, finalizou Aragão.