Atestados apresentados em empresa continham timbre de antiga organização que gerenciava unidade.
Foto: Araguaína Notícias

Uma denúncia que chegou à redação do AN nesta quinta-feira (18) aponta uso de atestados falsos utilizados por funcionários para justificar faltas no comércio de Araguaína.

O diretor de uma empresa, que preferiu não ser identificado, confirmou ter sido vítima da prática criminosa. “Está trazendo prejuízo às empresas que tem seus funcionários registrados”.

A reportagem teve acesso a dois atestados com indícios de falsificação, apresentados por uma funcionária em um comércio da cidade. Os documentos, um datado de 19 de maio e outro de 13 de julho deste ano, estão em papéis timbrados pela UPA de Araguaína e com a assinatura de um médico.

O administrativo da empresa prejudicada desconfiou da autenticidade do documento, quando percebeu que aparentava ser uma 2ª via. Diante disso, buscou nos arquivos e comparou o documento apresentado na primeira vez.

Os dois atestados da funcionária em questão contêm a assinatura do mesmo médico. E ainda apresenta timbre da UPA com a logomarca da antiga Pró-Saúde, que deixou a administração da Saúde de Araguaína no final de 2015.  Hoje, a unidade é gerenciada pelo Instituto Saúde e Cidadania (ISAC).  

 

“Verificando a autenticidade do documento, que hoje a UPA emite atestado de forma eletrônica, e esse documento é manual”. Desconfiou um dos diretores da empresa, apontando outros indícios. A suspeita é de que a 1ª via foi usada para abonar falta em 19 de maio e posteriormente a 2ª via para justificar ausência em 13 de junho.

 

Diante dos indícios, a empresa solicitou formalmente informações e a direção da UPA negou oficialmente nesta quinta-feira (18) a emissão dos documentos.

“Os atestados de (...) nos dias 19/05/2019 e 13/07/2019 não constam nos arquivos físicos e nem no sistema [da UPA].  E o médico citado não faz parte do quadro do corpo clínico da unidade.” Afirma o documento assinado e carimbado pela diretora técnica da UPA, Jullyana Alves da Silva.

A empresa informou que vai levar o caso às autoridades. “Vamos registrar Boletim de Ocorrência. Fazer todos os procedimentos e passar para as autoridades tomar as devidas providências. Esse tipo de acontecimento não deve existir. (...) Tem que ser punido nos rigores da Lei.” Disse um dos diretores, na condição de anonimato.

Atestados eletrônicos

Ao AN, a direção da UPA informou que os atuais atestados médicos emitidos na unidade são gerados por sistema eletrônico integrado. E que por ser um sistema digital, é possível realizar a conferência de informações para atestar se de fato a pessoa esteve na UPA naquele dia para receber atendimento e se o carimbo corresponde a um médico que atende na unidade de saúde.

Informou ainda que a UPA já recebeu atestados com o timbre de Organizações Sociais anteriores que geriram a unidade, com assinatura de médicos que não fazem parte do atual corpo clínico.

Por fim, afirmou que caso alguém se sinta prejudicado, pode procurar a unidade para averiguar atestado.