Política

Bancada do Tocantins debate assistência social aos mais pobres com especialistas

Senadora Kátia Abreu conversou nesta segunda com a ex-ministra de Desenvolvimento Social, Tereza Campello, e com o assistente social Marcelo Garcia

Senadora Kátia Abreu conversou nesta segunda com especialistas em desenvolvimento social
Foto: Reprodução Live

Em reunião da bancada do Tocantins nesta segunda-feira (03), a senadora Kátia Abreu (PP-TO) conduziu discussão sobre a importância de o estado dispor de rede de assistência social fortalecida para atender os mais pobres diante da grave crise econômica causada pela pandemia do novo Coronavírus. Participaram como convidados especiais da reunião a ex-ministra de Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello e o assistente social Marcelo Garcia. 

"Na distribuição do auxílio emergencial, nós vimos que diversas pessoas que não tinham necessidade, servidores públicos inclusive, conseguiram o benefício. O governo não consultou o CadÚnico? É fundamental que, para se tomar medidas de assistência social, sejam ouvidas pessoas que entendem do assunto", questionou a senadora Kátia Abreu. 

Para Tereza Campello, o Governo Federal, além não ouvir a rede de assistência social consolidada, erra ao querer criar novos programas que, na prática, já existem. A ex-ministra também frisou que o problema causado pela crise econômica deve pairar por pelo menos dois anos. Até agora, segundo ela, 40 milhões de brasileiros perderam integralmente suas rendas e outros 30 milhões tiveram redução.

"O que precisamos agora é fortalecer o tripé já existente: Bolsa Família, Cadastro Único e Sistema Único de Assistência Social. Aí, daqui a 18 meses podemos rediscutir esse modelo. Mas não dá para reinventar a roda em meio a pandemia", disse a ex-ministra. 

A importância de uma rede de assistência social atuante também foi pauta da fala do ex-Secretário Nacional de Assistência Social, Marcelo Garcia. Para ele, não adianta o governo apenas repassar recursos se não tiver conhecimento da realidade local de cada município. 

"Estamos vendo o fim da assistência social no Brasil. O aplicativo criado para o auxílio emergencial ignorou o CadÚnico, que já tinha 28 milhões de famílias cadastradas. O banco tratou a questão social sem ouvir o ministério correto, ouviram apenas a Economia. Os Centros de Referência em Assistência Social (CRAS) estão recebendo recursos com até cinco meses de atraso, e cada vez menos. O governo precisa entender que o combate a pobreza não se traduz apenas em transferência de renda", pontuou. 

Essa foi a oitava edição das reuniões da Bancada Federal do Tocantins sobre o enfrentamento ao Coronavírus. Participam dos encontros semanais parlamentares, representantes do Judiciário, Ministério Público, bancos e convidados especiais que trazem realidades de âmbito nacional para serem aplicados no Tocantins. A reunião acontece todas segundas-feiras, às 14h15, e pode ser acompanhada no formato de live no Facebook da senadora Kátia Abreu.