
O possível corte de verbas das universidades federais deixou estudantes preocupados com possíveis cortes no último mês do ano. Na Universidade Federal do Tocantins (UFT) o impacto no orçamento pode chegar a R$ 7 milhões que seriam usados para manutenção e contas básicas dos campus.
"Querendo ou não a gente tem muitas bolsas para pesquisa e iniciação científica, inclusive eu participo de algumas, e a gente tem essa preocupação sim de nos afetar de alguma forma", disse o estudante Hugo Leonardo Moraes.
Durante a semana as instituições federais receberam um comunicado do governo federal informando do congelamento de valores até março de 2023. Em todo país o bloqueio chega a R$ 366 milhões.
Nesta quinta-feira (1°) a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) afirmou que as verbas teriam sido desbloqueadas, mas horas depois o Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif) informou que o bloqueio continuava.
O Ministério da Educação (MEC) não se pronunciou sobre o tema.
A queda no orçamento vem sendo praticada, ano após ano e acaba afetando todas as atividades realizadas dentro das instituições. "É daqui que saem os profissionais, daqui saem medidas inovadoras que poderão nos dar um mundo melhor, mais sustentável, que é o que a universidade busca”, comentou o universitário Pedro Rezende.
O orçamento previsto para a UFT em 2023 será de aproximadamente R$ 370 milhões. Sendo que 80% vai para o pagamento dos servidores, o que sobra paga as despesas básicas da instituição, que administra cinco campus no estado.
"Impacta em atividades previstas no planejamento, impacta nos contratos continuados, nas contas de energia, telefonia. Afeta a manutenção predial, manutenção de frota. Enfim, são elementos que afetam as atividades administrativas e consequentemente todo o planejamento das atividades finalísticas da universidade. Então afeta lá na ponta em que pesa estarmos no encerramento das atividades deste ano. Isso nos traz muita preocupação para toda rede”, explicou o reitor da UFT, Luiz Eduardo Bovolato.
No Tocantins, o IFTO também pode ser afetado com o corte. O presidente da Andifes não descarta a paralisação de atividades em alguns centros de educação superior, mas a expectativa é de que ainda haja revisão e o dinheiro seja devolvido às universidades.
"Por uma questão de bom senso, considerando o impacto das universidades e o impacto para a nossa comunidade interna, externa e terceiros eventualmente contratados, a gente só pode esperar que haja uma correção dessas providências que aconteceram e o dinheiro volte", comentou Ricardo Marcelo Fonseca.