
Caminhoneiros que trafegam pela TO-335, região norte do estado, importante rota para escoamento de grãos, reclamam das más condições da pista e dizem que o problema afeta não só os veículos, mas também a saúde do trabalhador. Os buracos na rodovia geram atrasos e causam risco de acidente.
O trecho em questão tem pouco mais de 150km, parte de Couto Magalhães (divisa do Pará com Tocantins), passa por Colinas do Tocantins vai até o Terminal Intregador da VLI em Palmeirante.
O caminhoneiro David Monteiro da Silva enviou fotos ao AN nesta quinta-feira (17) para mostrar a situação e cobrar posição do governo. Ele disse que trabalha com um caminhão de nove eixos transportando grãos para multinacionais.
Segundo David, os caminhões não rodam com excesso de peso, pois a dona do grão, empresas como Cargil e Bunge, não recebem excesso. Na opinião dele, o problema seria a falta de manutenção da pista com qualidade.
“Eles jogam um asfalto, nem sei se é asfalto, parece mais uma brita misturada com óleo queimado, joga no buraco de manhã e à tarde o buraco já está do mesmo jeito. É um desperdício de dinheiro muito grande, porque ali vai uma mão de obra, vários funcionários, o maquinário que usa. Poxa! Fazer um serviço que dura menos de um dia, é um dinheiro jogado fora”.
Segundo o trabalhador, a rodovia está tomada por buracos, sem acostamento e mato alto nas margens. David conta que devido a dificuldade da pista, a viagem que poderia ser mais curta acaba prolongando e gerando mais custos.
“Não tem mais rodovia. Você tem uns pedacinhos às vezes de 800 metros a um quilômetro, aí você já entra no buraco, tem que passar a 2km/h, porque desmancha o caminhão todo. Quando chega em Colinas, que chega ao terminal de cargas, um trecho de mais ou menos 30km, deve ter uns 5km que dá pra trafegar normal, e o resto do percurso são duas horas e meia do entre porto até o terminal de descarga da Vale”.
“É um absurdo. Coluna você não tem. O caminhão quebra demais. Essa rodovia acabou”. Disse revoltado.
O que diz a Ageto
Em nota, o Governo do Tocantins, por meio da Agência Tocantinense de Transportes e Obras (Ageto), informou que:
- “Mantém de forma PERMANENTE uma equipe realizando os serviços de tapa-buracos nos trechos Colinas/Palmeirante e Colinas/Couto Magalhães;
- *O trecho da TO-335, Colinas/Palmeirante está em licitação para reconstrução do pavimento;
- Finalizou o projeto de engenharia para reconstrução do trecho da TO-335, Colinas/Couto Magalhães já adaptado para o grande fluxo de cargas;
- O tráfego pesado e a grande incidência de chuvas contribuem com a deterioração do pavimento, por isso, o novo projeto desenvolvido pela Ageto prevê a adaptação da rodovia para o tráfego intenso de veículos de carga e modernos dispositivos que garantirão mais conforto e segurança aos usuários.
A Ageto ressaltou ainda que a rodovia recebe uma média de 500 caminhões bitrens carregados em baixa temporada e no auge da safra de grãos cerca de 900 bitrens. “Esse tipo de tráfego impacta diretamente na qualidade do pavimento, pois a via no momento de sua construção não foi projetada para essa finalidade”.