O relator da Comissão Especial de Inquérito (CEI) que investiga a Farra das Carnes na gestão do Frigorífico Assocarne, vereador Batista Capixaba (SD), entregou à Câmara Municipal de Araguaína uma parcial dos trabalhos na última segunda-feira (12). O presidente da Comissão, vereador Terciliano Gomes, não assinou o documento alegando que estava em viagem.
No documento Capixaba solicita um parecer técnico sobre as irregularidades ambientais no local, o Livro Caixa que contém a movimentação financeira dos últimos 5 anos da Assocarne e Frobotins, além de um parecer técnico do Corpo de Bombeiros sobre as instalações do Matadouro.
O relatório ainda aponta que foram encontradas “diversas irregularidades”, como restos de animais e cabeças de gado expostas a céu aberto; falta de Equipamentos de Proteção Individual (EPI) para os funcionários e também a ausência de contrato entre a Assocarne e a empresa terceirizada, Fribotins, que é responsável pelo processamento de derivados de carne.
Farra das carnes continua
Segundo o vereador, há ainda denúncias de que a Farra das Carnes continua em algumas Secretarias Municipais. "Por isso estou pedindo a prorrogação do prazo da CEI por mais 60 dias para realizar essa investigação também", afirmou.
Audiência Pública
O relator pediu no documento a realização de uma Audiência Pública para discutir o problema do mau cheiro nas proximidades da Assocarne. “A população deve participar ativamente de todas as decisões do matadouro público municipal de Araguaína, em especial a população do Barra da Grota”, justifica.
O vereador ainda rebateu as declarações do presidente da Câmara, Marcus Marcelo. Conforme o presidente, a decisão de realizar uma audiência pública para debater a privatização do Matadouro Público foi da própria presidência e não atendimento ao pedido do relator da CEI. Já Batista Capixaba garante que essa briga foi comprada por ele desde o momento em que o Projeto começou a tramitar na Câmara. "É muito fácil ser o pai da criança depois que está tudo organizado. Eu lutei por isso e apresentei requerimentos", disse.
“E sou contra a venda do matadouro, pois a mensagem do Projeto enviado à Câmara é vazia e não dar garantia de que o mal cheiro vai acabar ou se a graxaria (Fribotins) vai sair de lá”, afirmou.
Palco político
Conforme Capixaba, estão lhe acusando de usar o debate como palco político, no entanto, o vereador avisa: "Se alguém quer fazer a comunidade de trampolim político não sou eu. Eu não sou candidato a nada em 2014. Se tem alguém que vai ser, não sou eu. Eu preciso que legalize a situação do Frigorífico e resolva o problema do mau cheiro", finalizou.
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