Casa de Apoio Vera Lúcia já atendeu 230 mil pessoas desde 2006
Foto: Carlessandro Souza/Gov. TO

Hilario Mamede da Silva, 42 anos, tocantinense de Araguaína, veio à Palmas acompanhando seu irmão que está em tratamento há mais de 35 dias no Hospital Geral de Palmas (HGP). Ele esperava voltar à sua cidade no dia seguinte, mas soube na unidade de saúde que teria que ficar mais tempo. Estava com pouco dinheiro e não tinha onde dormir e fazer as refeições. Foi a enfermeira do HGP que falou a ele sobre a Casa de Apoio.

Hilário vai ao HGP todos os dias, conversa com o médico de plantão e retorna para a Casa de Apoio, onde está hospedado; enquanto aguarda que a saúde de seu irmão se restabeleça, ele faz as principais refeições e pode descansar em uma cama disponível para seu uso, no quarto que divide com outros hóspedes, tudo integralmente gratuito.

A Casa de Apoio Vera Lúcia Pagani é um espaço oferecido pelo Governo do Tocantins à acompanhantes e pacientes internados nos hospitais públicos de Palmas; vinculada à Secretaria Estadual do Trabalho e Desenvolvimento Social (Setas) foi entregue à população em 18 de abril de 2006, e desde então já hospedou mais de 230 mil pessoas vindas dos 139 municípios tocantinenses e também de outros estados, como Bahia, Maranhão, Pará, Piauí, Mato Grosso e até do Rio Grande do Sul. Somente de janeiro a junho deste ano o número de pessoas atendidas  já chega a 10.128 mil.

Moradora de Almas, Lizete Rodrigues, 52 anos,  lembra quando hospedou-se pela primeira vez na Casa de Apoio. “Em 2017, passei pelo pior momento da minha vida e fui muito bem acolhida na Casa de Apoio. Na época, fiquei 45 dias aqui e agora precisei retornar; mas viajei tranquila, pois sabia que tinha um lugar para ficar”, pontuou.

A cerca de 200 m do HGP, a Casa atende diariamente entre 60 e 80 pessoas fornecendo as principais refeições e hospedagem, tendo 96 leitos equipados com beliches, além de cozinha, refeitório, brinquedoteca, sala interdisciplinar, área de convivência e capela. Também é comum que parceiros voluntários promovam ações culturais e encontros que transmitam afeto e carinho aos hóspedes.

O gestor da Setas, Messias Araújo, pontuou  que a Casa de Apoio fornece alimentação, mas principalmente proporciona segurança, conforto e proximidade dos parentes em tratamento. “Aqueles que procuram a Casa de Apoio, os fazem por necessidade. Ter um local próximo e seguro para descansar e fazer as refeições possibilita encarar esse momento de fragilidade com mais confiança, e sem se sentir abandonado”, ressaltou o secretário. 

Moradora de Tupirama, Ana Maria Rodrigues Lopes, 57 anos, está acompanhando seu esposo há quase 20 dias e também está hospedada na Casa. “A Casa de Apoio caiu do céu. Aqui somos bem tratados e as pessoas procuram colaborar no que podem”, afirmou ela, lembrando que não teria outro lugar pra ficar.

A diretora da Casa de Apoio, Elizângela Sardinha, disse que seu esforço é em proporcionar um atendimento humanizado a todos os hóspedes. “Todos aqui têm carências. Precisamos ser multifuncionais; ter tempo para ouví-los, e quando for necessário deixá-los à vontade para que tenham tempo de absorverem as informações dos familiares que nem sempre são tão boas”, afirmou ela.

Para amenizar o impacto das notícias desagradáveis a Casa de Apoio promove aos pacientes e acompanhantes suporte emocional, por meio de escuta qualificada, palestras, conversas em grupo e individual, momentos de orações, além de eventos especiais nos dias festivos. Também é comum que parceiros voluntários promovam ações culturais e encontros que transmitam afeto e carinho aos hóspedes.

Ações voluntárias

A Casa de Apoio também recebe doações e ações voluntárias de amparo emocional e espiritual para seus hóspedes. Algumas das necessidades constantes dos usuários são roupas, calçados fechados (exigência dos hospitais), itens de higiene pessoal, e alimentação complementar. Os interessados em conhecer a Casa e se tornarem parceiros podem entrar em contato pelo telefone (63) 3218-2465.