Notícias

Casos de dengue e síndromes gripais aumentam com as chuvas; saiba quando procurar o PAI

Embora a maioria dos quadros de dengue e síndromes gripais evolua bem, é importante ficar atento aos sinais de complicações e buscar por atendimento rápido

Pronto Atendimento Infantil registra alta demanda por doenças virais nesta estação.
Foto: Divulgação

Araguaína (TO), dezembro de 2025 - É no período chuvoso que os locais com água acumulada se tornam criadouros do mosquito Aedes aegypti, tornando esses espaços oportunos para sua reprodução e, consequentemente, aumento dos quadros de dengue.

Também é nesta época do ano que a circulação de múltiplos vírus relacionados a síndromes gripais cresce consideravelmente, impactando o fluxo de atendimento do Pronto Atendimento Infantil (PAI), em Araguaína.

Segundo a médica pediatra Dra. Elena Medrado, diretora técnica do PAI, unidade de saúde sob gestão do Instituto Saúde e Cidadania (ISAC), os quadros relacionados podem evoluir com complicações e os pais devem estar atentos.

“A dengue é uma doença que ‘piora quando melhora’, acho que todos já ouviram isso. E essa piora, depois que a criança já está bem, é um sinal que não pode ser ignorado. Já os quadros gripais apresentam piora ao longo dos dias e podem evoluir com infecções associadas, como pneumonia, por exemplo”, explica. 

Cuidando no início dos sintomas

Qualquer tipo de doença causada por vírus exige repouso e muita hidratação. Antes mesmo de saber do que se trata cada quadro, iniciar a oferta de água e líquidos em geral é a regra. Segundo a diretora, a dengue vem com febre alta, muita prostração e, alguns dias depois, manchas pelo corpo, semelhantes a picadas de mosquito, podem aparecer. 

“Os quadros gripais são mais clássicos, porque começam com febre, nem sempre alta, coriza, congestão nasal e tosse. Estes sintomas podem estar associados ou não. Em geral, quadros virais melhoram entre cinco a sete dias do início da apresentação dos sintomas e, ao longo do quadro, observar o estado geral da criança, sem febre, pode ser um medidor de melhora ou piora”, informa a médica. 

Buscando atendimento de urgência no PAI

O diagnóstico de dengue é mais desafiador que o de síndromes gripais e exige um histórico clínico bem detalhado. Muitas vezes, os responsáveis chegam ao PAI sem informações suficientes, o que pode dificultar o manejo clínico por parte da equipe. Mas alguns detalhes podem ajudar, como duração dos sintomas, relatos de pintinhas pelo corpo e se alguém na convivência regular teve dengue recentemente. 

“A complicação da dengue é o quadro de dengue hemorrágica, que aparece quando o paciente já está saindo do quadro e tem uma piora brusca. Essa piora após cinco ou sete dias deve ser interpretada como busca por atendimento médico urgente”, esclarece a Dra. Elena. 

Nos casos de sintomas gripais, as dificuldades respiratórias e a febre alta persistente devem ser os medidores para fazer uma avaliação mais detalhada da criança. “O normal é que, entre cinco e sete dias após o início dos sintomas, a febre, tosse e congestão nasal estejam melhorando. Mas se este quadro não cessar e a criança começar a apresentar falta de ar, lábios arroxeados, respiração ofegante e movimentação torácica diferente, é necessário buscar a urgência imediatamente”, alerta a pediatra. 

A médica conclui reforçando que crianças menores de dois anos devem ser supervisionadas mais de perto, porque têm mais risco de complicação. Por isso, as medidas de prevenção neste público, como manter a vacinação em dia, evitar aglomerações e contato com pessoas gripadas, além de boa alimentação, repouso e hidratação, são fundamentais.