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CCZ instala dispositivos biotecnológicos para combater o mosquito Aedes aegypti

Órgão pede o apoio da população para não mexer nas caixas e zelar pelo investimento. Tecnologia utiliza o próprio mosquito com a característica autolimitante para reduzir a transmissão de doenças, como dengue, zika, chikungunya e febre amarela

raguaína é a primeira cidade do Tocantins a investir na nova tecnologia sustentável.
Foto: Marcos Filho/ Secom Araguaína

Os agentes do CCZ (Centro de Controles de Zoonoses) de Araguaína já estão realizando o trabalho de instalação dos novos dispositivos que serão utilizados para auxiliar no combate ao mosquito Aedes aegypti na cidade. As caixas contêm ovos de mosquitos machos Aedes do Bem™, que carregam a característica autolimitante para reduzir a população de fêmeas, as verdadeiras transmissoras de doenças como dengue, zika, chikungunya e febre amarela.
 
“As caixas do Aedes do Bem™ estão instaladas em árvores e postes, por isso pedimos a compreensão dos moradores para que não mexam nos recipientes e não danifiquem o material. Também é importante esclarecer que esses mosquitos machos não picam seres humanos, pois não se alimentam de sangue, apenas de néctar e seiva de plantas”, orienta a superintendente de vigilância em saúde do Município, Tayalla Lopes.
 
Mosquito do bem
 
Araguaína é a primeira cidade do Tocantins a investir na nova tecnologia sustentável, que foi aprovada em 2020 para uso comercial pela CTNBio (Comissão Técnica Nacional de Biossegurança). As 900 caixas são reutilizáveis e serão reabastecidas com novos ovos mensalmente e não apresentam riscos a pessoas ou animais.
 
A tecnologia contratada pelo Município foi desenvolvida pela multinacional de biotecnologia inglesa Oxitec, fundada na Universidade de Oxford, na Inglaterra, e presente no Brasil desde 2011.
 
Após a aquisição dos kits, os agentes do CCZ passaram por um treinamento e estão aptos para executar a instalação das caixas em pontos estratégicos dos 14 bairros da cidade onde foram identificados os maiores números de casos das doenças transmitidas pelo mosquito.
 
“Após um intervalo de 10 a 14 dias, os Aedes do Bem™ crescem e buscam ativamente as fêmeas para acasalar. Ao se reproduzirem, apenas seus descendentes machos chegam à fase adulta, o que diminui o número de fêmeas no local tratado, e consequentemente, impacta na transmissão das doenças, pois apenas as fêmeas se alimentam de sangue”, explica a secretária da Saúde de Araguaína, Ana Paula Abadia.
 
Análise de dados
 
De acordo com o último relatório do CCZ, houve um aumento de 43% no número de casos confirmados de dengue em Araguaína entre os meses de janeiro e setembro de 2024 se comparado com o mesmo período de 2023. Após a instalação das caixas, o Município, em parceria com a empresa responsável pelo fornecimento do produto, fará o monitoramento populacional dos mosquitos na região por meio de captura e análise em laboratório.
 
“O Aedes do Bem™ trouxe excelentes resultados para outras cidades em que foi adotado, alcançando picos de redução da população de Aedes aegypti de até 96%. Faremos o monitoramento em nossa cidade e esperamos alcançar uma redução de cerca de 90%”, diz a secretária Ana Paula Abadia.
 
De acordo com a Secretaria da Saúde de Araguaína, os agentes de endemia também farão um trabalho educativo nos bairros, orientando a população sobre o novo projeto, além de uma parceria para a educação dentro das escolas. Para garantir mais redução no número de casos das doenças transmitidas pelo mosquito, o trabalho tradicional dos agentes nas residências também irá continuar para eliminar o maior número de focos possível.