
Araguaína e mais sete municípios da região norte do estado perderam quase 23 mil doses de vacina da Pfizer. O levantamento foi divulgado nesta segunda-feira (28), pelo Ministério Público do Tocantins. Só Araguaína perdeu mais de 22,5 mil doses, que segundo a prefeitura, ocorreu devido à baixa procura e a validade do imunizante.
De acordo com o MPTO, o Centro de Apoio Operacional da Saúde (CaoSaúde) fiscalizou os municípios integrantes das comarcas de Araguaína e Wanderlândia para verificar o andamento da vacinação contra a Covid-19. A ação ocorreu a pedido dos promotores de Justiça Bartira Silva Quinteiro e Rui Gomes Pereira da Silva Neto.
A coordenadora do CaoSaúde, a promotora de Justiça Araína D’Alessandro, explicou que “as inspeções às unidades de vacinação fazem parte da estratégia de fiscalizar e acompanhar as ações dos municípios, garantindo apoio técnico e operacional aos promotores de Justiça”, destacou.
O órgão fiscalizar observou aspectos como estrutura física e segurança dos locais de vacinação; transporte, recebimento, conferência e armazenamento das vacinas; capacitação das equipes de vacinação; registros dos dados de vacinação; intercorrências no processo de vacinação; publicidade dos dados da vacinação; além de apurar a quantidade de vacinas recebidas e aplicadas e aferir o quantitativo de vacinas armazenadas.
Comarca de Araguaína
Conforme o CaoSaúde, os municípios da comarca de Araguaína tiveram as seguintes perdas:
Araguaína perdeu 22.597 doses;
Muricilândia, 122 doses;
Santa Fé do Araguaia, 72 doses;
Aragominas, 60 doses;
e Nova Olinda do Tocantins, 12 doses
Comarca de Wanderlândia
Já na comarca de Wanderlândia, foram 124 doses de vacinas que deixaram de ser aplicadas, pelos municípios de Wanderlândia, Darcinópolis e Piraquê.
O promotor de Justiça Rui Gomes Pereira da Silva Neto esclareceu que o pedido de inspeção decorreu da necessidade de se averiguar a regularidade da campanha de vacinação.
O CaoSaúde informou que enviará os relatórios das fiscalizações às Promotorias de Justiça das comarcas para que os promotores tomem as providências necessárias em relação à campanha de vacinação contra a Covid-19, a fim de que os municípios evitem a perda de imunizantes.
O que diz a Saúde de Araguaína
A Secretaria Municipal da Saúde de Araguaína informou que “a perda de vacinas contra a covid-19 da Pfizer ocorreu por causa da baixa procura e da validade, tendo em vista que o imunizante após ser descongelado, deve ser utilizado em 31 dias”.
Esclarece ainda que, entre os meses de setembro e outubro de 2021, a Secretaria de Estado da Saúde enviou para Araguaína 57.408 doses do imunizante com intuito de serem usadas em 30 dias.
Para evitar perdas, o Município intensificou ações, ampliou a vacinação por meio das ações itinerantes, antecipou a aplicação das segundas doses da Pfizer para 21 dias, ampliou o horário de atendimento nas UBS (unidades básicas de saúdes) e suspendeu o recebimento temporário de novas remessas. Mesmo com todos os esforços, a baixa procura pela segunda e terceira doses dificultou a aplicação de todos os imunizantes recebidos na época.
Ressalta também que essas informações foram repassadas para o Ministério Público do Estado do Tocantins.