Ramila Macedo
Em entrevista ao vivo no programa Rota exibida na Rede TV canal 20, nesta segunda-feira (03) o Comandante do 2º Batalhão da Polícia Militar, Major Silva Neto respondeu questionamentos sobre o saldo da criminalidade em Araguaína, no mês de janeiro. Ao todo foram 08 homicídios, e para o militar trata-se de uma resposta a retirada de 43 indivíduos de circulação e a apreensão de drogas. Segundo o comandante, essa ação gera prejuízos na contabilidade dos traficantes e dá início aos acertos de contas entre eles.
Acertos de contas
No início do programa, o militar que retorna das férias assistiu a uma reportagem de resumo dos homicídios que aconteceram na cidade no primeiro mês do ano. Ele apontou que dos oito assassinatos, seis deles envolviam indivíduos que já tiveram passagem pela polícia. “Chegamos a conclusão que quando o homicídio aumenta é que em janeiro nós tiramos de circulação 43 indivíduos. E uma quantidade grande de droga. Então com isso começa o acerto de contas, já que os traficantes têm prejuízos na sua contabilidade.”
O ciclo da droga
O comandante explicou que quando retirou drogas e as armas, praticamente alugadas para a criminalidade, “eles (traficantes) tiveram que arrumar um meio pra suprir as suas necessidades. Então eles começam a roubar as motos pra fazer os pequenos furtos, pra suprir aquele círclo da droga”. Motos que de acordo com o setor de inteligência da PM são vendidas, o que demonstra que existe um receptador.
A Lei que proteje os bandidos
Questionado pela apresentadora do Programa Rota, Magna Cavalcante, sobre os casos de impunidade em que criminosos são presos e em pouco tempo soltos e voltam a praticar crimes. O comandante assegurou que a PM tem feito o papel dela independente do que vier a ocorrer depois. “Esses casos desses (infratores) que vão pra Delegacia e depois são soltos, nós não podemos dizer que a Polícia Civil é a culpada por eles estarem na rua. Podemos dizer que em meio a Justiça, temos a Promotoria e nós trabalhamos em parceria”.
Mudanças no Código Penal
Major Silva Neto também apontou que a criminalidade é problema da sociedade e para resolvê-la é necessário um investimento em educação e sérias mudanças no Código Penal. “Temos que mudar nosso código. Porque realmente ele é fraco! Ele protege mais o criminoso do que o cidadão de bem. O que tem que mudar mesmo é as leis. E isso só acontece lá em Brasília. A Justiça tá fazendo nada mais que o que tem no nosso código penal”.
Crítica ao ECA
O grande número de adolescentes envolvidos na criminalidade também foi abordado, segundo o militar, os menores estão envolvidos praticamente em quase todos os crimes de Araguaína. Na opinião de Silva Neto, “o Estatuto da Criança e do Adolescente, praticamente, passa a mão na cabeça desses adolescentes. Temos que rever isso. Enquanto as leis não forem mudadas, infelizmente a sociedade vai ser vítima”.