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Como ensinar medidas essenciais de proteção contra o coronavírus às crianças

Pandemia global exige atenção especial dos responsáveis na hora de orientar os pequenos

Em tempos de pandemia, é necessário orientar as crianças sobre as medidas de segurança e proteção contra a covid-19.
Foto: Divulgação

Desde o primeiro semestre, o mundo todo vive a maior pandemia dos últimos 100 anos, provocada pela disseminação em larga escalada da COVID-19, doença causada pelo novo coronavírus. Assim, a importância de proteger-se adequadamente para conter o avanço da doença e preservar a saúde já não é mais uma novidade.

Contudo, se grande parte dos adultos já entendeu as medidas de saúde e segurança, necessárias para o combate da doença, com as crianças, nem sempre isso é mais fácil. Isso porque as crianças, principalmente aquelas em idade menos avançada, ainda não desenvolveram o senso de autoproteção por completo.

Isso é perfeitamente normal e saudável para a criança. Quanto mais jovem, mais dependente dos responsáveis ela é. Assim, pode ser um pouco mais difícil para ela entender que tem que tomar algumas medidas e se responsabilizar por cuidados consigo mesma. Crianças maiores, por outro lado, tendem a entender um pouco mais.

Conversando com as crianças sobre o coronavírus

O primeiro passo para iniciar um diálogo com as crianças sobre as medidas essenciais de proteção contra o coronavírus é ser honesto sobre o que está acontecendo. Conte para elas que a doença está, infelizmente, presente em todos os ambientes, para que ela tenha dimensão do risco de contaminação.

Contar a verdade vai te ajudar a ganhar a confiança da criança. Um cenário onde outra narrativa é inserida para a criança com a intenção de poupá-la dos fatos pode ser facilmente desmanchado quando ela ouve as informações de outra fonte, seja uma notícia na televisão, uma propaganda no YouTube ou um coleguinha que menciona algo numa aula on-line.

Perder a confiança da criança sobre esse assunto vai dificultar a continuação da conversa sobre um tópico extremamente importante.

Contando a verdade, a introdução das medidas de combate à doença torna-se um contraponto, em que você estará oferecendo sobre a existência de um lugar seguro. Assim, o primeiro ambiente em segurança oferecido à criança deve ser o seu próprio lar.

Desse modo, mantenha a casa sempre limpa e higienizada, explicando para os menores que a casa deles é um lugar seguro e protegido do vírus. Nessa conversa, utilize exemplos práticos que demonstrem a construção e a manutenção dessa segurança. Este é o momento ideal para explicar porque não compartilhar copos, talheres, pratos e toalhas.

Essa mesma conversa sobre a construção conjunta da casa enquanto ambiente seguro também é o contexto adequado para explicar o porquê não se pode mais receber visitas, em especial, para aquelas crianças que são acostumadas a receberem os amigos.

Ofereça, novamente, alternativas à criança. Para aquelas que ainda não são familiarizadas com ligações de áudio ou vídeo, pode ser um bom momento para apresentá-las a essas tecnologias. Sendo essa possibilidade introduzida, acompanhe, porém, a frequência das ligações.

Também ressalte a importância de lavar as mãos e sobre como se deve evitar levar a mão ao rosto, em especial, à boca e aos olhos. Como o ato de lavar as mãos já é uma recomendação comum dos responsáveis aos filhos, essa, provavelmente, será a parte mais fácil da conversa.

Saindo de casa com as crianças

É importante começar dizendo que as crianças só devem sair de casa em situações necessárias, em que não há outras alternativas. Em especial, pessoas que moram em residências com quintal devem tentar, ao máximo, fazer com que as atividades ao ar livre sejam realizadas nesse ambiente doméstico.

Quem precisar de sair de casa com as crianças por algum motivo, porém, deve apresentar os cuidados necessários para que se continue o mais próximo do espaço seguro oferecido em casa.

Comece explicando que o álcool em gel é o substituto da água e do sabão em situações em que não existem torneiras, como as saídas à rua. Explique que a utilização da máscara, além de tudo, é um sinal de respeito com a saúde do próximo.

Enfatize que, na mesma direção, beijos e abraços devem ser substituídos por acenos a uma certa distância pelo mesmo motivo. Crianças tendem a se engajar com situações de compaixão mais facilmente que adultos.

Ao voltar para casa, mencione, mais uma vez, o lar como o ambiente seguro e, a partir disso, justifique a necessidade da lavagem de roupa e de tomar banho, bem como a de não entrar com o sapato diretamente em casa logo após a chegada.

Esforce-se, dessa maneira, para construir uma relação de aliança com as crianças para que elas consigam se enxergar com suas aliadas nesse momento. Por fim, enfatize que esse período é passageiro. É importante para a saúde mental da criança que a honestidade sobre o que está acontecendo no mundo atual venha acompanhada de esperança.