
Começou a caminhada com foco extremo na diminuição dos casos de afogamentos no Tocantins, com o ponta pé dado pelo Corpo de Bombeiros Militar (CBM-TO) e a Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático (Sobrasa), parceiros na realização do 2º Simpósio Nacional Município + Resiliente. O evento ocorreu durante essa sexta-feira, 9, por meio de transmissão on-line, a partir dos estúdios da Unitins, em Palmas.
Várias palestras e oficinas foram transmitidas ao vivo e possibilitaram que centenas de pessoas em diversas corporações pelo país pudessem ter uma atualização sobre as temáticas afogamentos, como o perfil da vítima, a geografia da região com os acidentes, as estatísticas e os métodos que vem sendo usados para a multiplicação das informações, e, consequentemente, a diminuição dos casos no Brasil, onde mais de 5,6 mil pessoas morrem todos os anos.
O Simpósio foi um sucesso na avaliação dos organizadores, que por si só, já serviu para uma mudança significativa rumo à diminuição das ocorrências. Entretanto, é o Curso de Formação de Agente Municipal de Afogamento a ferramenta com a esperança para a queda nas estatísticas no Tocantins, com mais de 80 praias oficiais, incontáveis balneários e 73 mortes registradas só no ano passado.
Atraídos pelo alto índice de acidentes nos ambientes aquáticos, integrantes da Sobrasa encontraram no Tocantins um clima fértil para a propagação das propostas da entidade. O curso já pode ser solicitado pelos prefeitos a partir desta segunda-feira, 12, será on-line e a produção do conteúdo é da Defesa Civil Estadual.
O comandante geral do Corpo de Bombeiros Militar do Tocantins e coordenador estadual da Defesa Civil, coronel Reginaldo Leandro da Silva, foi quem abriu o Simpósio Nacional, dando as boas-vindas aos palestrantes e valorizando o trabalho da Sobrasa em todo o país. Reginaldo Leandro ainda afirmou que é fundamental a participação das Prefeituras na caminhada rumo à diminuição dos afogamentos.
“Precisamos da adesão dos municípios nesse tema, tão importante para a sociedade tocantinense. O gestor precisa entender a responsabilidade que tem em relação aos afogamentos em sua cidade e com isso disponibilizar servidores para serem capacitados, e assim prestar um melhor serviço aos turistas e demais usuários dos locais de lazer do município”, destacou.
Gerente de Monitoramento da Defesa Civil Estadual, o major Antônio Luiz Soares da Silva, também ministrou palestra e oficina no Simpósio, que para ele marcou um novo período para o Tocantins. “É um grande dia, pois o evento foi um sucesso, com participantes de todos os estados, com várias corporações e até participações internacionais”, afirmou.
Representante da Sobrasa no Tocantins, Luiz Soares da Silva é quem vai ministrar o Curso de Formação de Agente Municipal de Prevenção aos Afogamentos. Ele adianta que os candidatos, prioritariamente, devem ser ligados à Defesa Civil Municipal, ou à secretaria de Turismo da cidade. O conteúdo é todo gratuito e o acesso só será permitido com login e senha mediante inscrição.
“Será um passo de extrema importância, pois o agente vai ganhar a capacitação, vai desenvolver o olhar clínico e ter condições de avaliar os ambientes aquáticos, identificando os riscos e fazer as propostas de intervenção necessárias”, adiantou o major Luiz Soares da Silva.
"Essas ações são extremamente significativas para a redução dos afogamentos em nosso Estado, e serão a ampliação da capacidade de atendimento do Corpo de Bombeiros Militar com os municípios onde não podemos estar fisicamente. Por meio do nosso curso, vamos poder acompanhar e orientar cada um dos agentes nos momentos de dúvidas e dificuldades", assegurou o major.
Os agentes vão visitar cada ponto de lazer das cidades, como praias, rios, lagoas, balneários e clubes aquáticos. Vão avaliar e, tendo necessidade, recomendar a implantação de sinalização e itens de segurança para diminuir os riscos aos frequentadores.
“Cuidar da prevenção é menos trabalho para a equipe de mergulho, que normalmente quando sai para as buscas, não tem certeza de vai encontrar a vítima no primeiro dia. Esse programa reduz o trabalho e o risco de morte do próprio mergulhador. Além disso, tem a família que é preservada, pois o afogamento é uma tragédia”, destacou o tenente-coronel Antônio Schinda, diretor da Sobrasa e membro do Corpo de Bombeiros Militar do Paraná.
Antônio Schinda ministrou palestra e oficina com o tema Município + Resiliente a Afogamentos. Profundo conhecedor do assunto no Brasil e no exterior, ele esclareceu que as Prefeituras são responsáveis pela gestão de riscos dos ambientes aquáticos abertos por elas, tendo que instalar boias, contratar guarda-vidas, definir e limitar as áreas de embarcações, entre outros serviços para a diminuição dos riscos aos frequentadores.
Segundo Antônio Schinda, uma série de ferramentas está à disposição das prefeituras, de forma gratuita. "A Sobrasa é parceira e para acessar os conteúdos, por meio de uma parceria, a Prefeitura precisa nos encaminhar um e-mail à Sobrasa. E em seguida criar o Conselho Municipal de Prevenção em Afogamentos. "Investir em prevenção é o maior lucro. Para cada um real investido, a Prefeitura economiza outros cinco reais. Quando você vende segurança, você proporciona qualidade de vida para quem visita a sua região”, concluiu.