Uma mãe araguainense teme pela vida do filho de apenas 16 dias que nasceu com um problema cardíaco grave. Simone dos Santos Moura está desesperada e luta na Justiça para que o Estado transfira o seu bebê de Araguaína para algum hospital que oferte cirurgia cardíaca pediatra.
Ela explicou à reportagem que o pequeno Heitor Levi de Moura foi diagnosticado com coarctação da aorta, uma obstrução parcial da passagem do sangue na artéria aorta. Com isto, causa insuficiência cardíaca e redução do fluxo sanguíneo para a parte inferior do corpo.
Simone relatou que Heitor nasceu no último 14 de julho no Hospital e Maternidade Dom Orione (HDO). Passou por todos os exames da triagem neonatal, como não detectaram nada, recebeu alta no terceiro dia.
Já no sétimo dia de vida, ela percebeu que o bebê apresentava dificuldades para respirar. “Começou a ficar com respiração ofegante, não queria mais mamar direito. Eu achava que estava com cólica. Vi que ele começou a desfalecer”.
Ela levou o bebê para a UPA do Araguaína Sul, onde ele sofreu uma parada cardíaca e depois foi transferido com urgência para a UTI do Hospital Municipal. Por ser recém-nascido, Heitor retornou para a Maternidade Dom Orione e está internado na UTI Neonatal.
Nesse período, devido a fragilidade do quadro, acabou adquirindo uma pneumonia, agravando ainda mais o quadro. Após passar por novos exames os médicos o diagnosticaram com coarctação da aorta.
Agora a família luta contra o tempo para que o pequeno faça a cirurgia no coração.
“Meu filho precisa fazer uma cirurgia com urgência. E aqui não tem cardiologista pediatra. Nem em Araguaína, nem aqui no hospital. Ele precisa de uma vaga com urgência. O caso foi repassado para Regulação do Estado, disse que ia providenciar e até hoje não fizeram nada”.
A mãe buscou ajuda no Ministério Público e disse que nesta segunda-feira (29) soube que a regulação teria feito um acordo com os médicos do HDO e uma médica de Patos de Minas, onde teria uma vaga.
“A regulação do estado mandou para o Ministério Público essa conversa que foi formalizada num papel. E disseram que fizeram um acordo para manter meu filho aqui até quarta-feira. (...) Quando eu cheguei aqui hoje, conversando com um dos médicos do meu filho, ele disse que é mentira. Não teve acordo nenhum. Os três médicos que consultam meu filho, nenhum disse que fez acordo com ninguém”. Relatou a mãe indignada com a situação.
“Como mãe, fico sem saber o que fazer. Fico de mãos atadas. A médica disse que [o quadro] do meu bebê é grave e ele pode chegar a falecer aqui, porque não tem cardiologista pediatra, nem medicação para segurar ele. (...) Quero que esse caso seja resolvido o mais rápido possível, porque meu filho não pode esperar".
O que diz a SES
Em nota, a Secretaria de Estado da Saúde informou que "já realizou toda a tramitação necessária para realizar a transferência e a cirurgia cardíaca do recém nascido e aguarda que a criança tenha condições clínicas para que ocorra a transferência, uma vez que a o paciente está com quadro de pneumonia".