O SAMU 192 atua em Araguaína desde 2005
Foto: Araguaína Notícias

O relevante serviço prestado à população pelo SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) é uma das coisas que se pode dizer com orgulho que funciona bem no Brasil, incluindo o Tocantins e Araguaína.

Às vezes parece que o brasileiro em geral se especializou em falar mal do País em que nasceu olhando com maus olhos tudo que vem do serviço público. Mas do SAMU, é diferenciado, mesmo com o elogio de poucos, não se pode falar mal dele.

O primeiro SAMU 192 criado foi em Campinas, SP, em junho de 1995, pelo médico José Roberto Hansen (falecido em 14 de novembro de 2017 aos 54 anos) obedecendo claramente às características de Regulação Médica clínica, traumática, obstétrica e psiquiátrica.

O SAMU 192 atua em Araguaína desde 2005. A implantação e a manutenção do serviço são feitas em parceria com os Governos Federal, Estadual e Municipal. A equipe multiprofissional do SAMU, que atua em serviços de urgência e emergência em Araguaína e região (20 km no entorno) é composta por 87 profissionais, desses 18 são médicos.

A exemplo da velha rixa político partidária, de uns tempos para cá um bom número de eleitores nem conseguem ao certo definir o que possa vir a ser direita e esquerda, mas se posiciona de forma a tentar ignorar tudo que tenha sido melhoria criada da outra parte que não seja a dele, tratando a organização social e política como se estivesse numa arquibancada assistindo jogo de futebol, onde os torcedores são movidos à paixão e sem objetividade.

Outro dia vi o SAMU prestar socorro eficiente, eficaz e rápido a um idoso na zona rural em Araguaína-TO em menos de 15 minutos e foi o que salvou a vida da pessoa. Foi uma cena da qual participei e parabenizei os profissionais impecáveis terceirizados da Secretaria da Saúde. 

Diversas vezes também no Rio de Janeiro ouvi elogios populares ao SAMU e no interior de São Paulo também. Sempre que um trabalho em benefício do povo funciona bem, o coração deve agradecer e aplaudir esperando que melhore. Agradecer não com subserviência porque é obrigação do poder público fazer bom uso dos impostos que arrecada com o dinheiro do bem comum.

Como diz Bolsonaro, sou “terrivelmente” orientado a pessoas e à qualidade de vida. Tudo que é serviço público nesse Brasil, por toda parte, está no meu foco de observação dia e noite, do ponto de vista de colher informações sobre o nível de satisfação do cliente, da comunicabilidade aplicada, tempo de atendimento e custo operacional cobrado.

O SAMU é uma pérola que nos protege nas piores horas. O problema começa quando chega na UPA. Mas seria outra história.

O processo de comunicação acontece quando um fala e o outro escuta, compreendendo a mensagem para tomar atitude. O processo comunicativo do SAMU começa com o doente reclamando da enfermidade, o familiar ou vizinho chamando o SAMU, o atendente do SAMU assimilando as informações preliminares, fazendo pré-atendimento, liberando viatura, anotando endereço da vítima e responsabilizando quem ligou pelas informações prestadas e por receber os agentes socorristas.

Os chamados ao SAMU recebem uma classificação que define a prioridade do atendimento. As perguntas são clássicas e bem claras pressupondo um planejamento ideal e um treinamento da pessoa que atende o telemarketing da do Serviço de Atendimento Municipal.

Em São Paulo, números obtidos por meio do portal de Dados Abertos da Prefeitura de São Paulo, apontam que o tempo médio para atendimento, sem distinção do tipo de ocorrência, desde a abertura da solicitação até a chegada do Samu foi de 90 minutos nos primeiros cinco meses deste ano.

Cada ocorrência registrada pelo serviço 192 do SAMU, recebe uma classificação, que leva o nome do alfabeto fonético, aquele utilizado por policiais e seguranças. As ocorrências classificadas como Alfa, são as menos urgentes e tem maior tempo médio de atendimento, seguida pela Bravo, Charlie, Delta e Echo, que são as mais graves e, que segundo a própria Coordenação do SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) da Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo, tem um tempo médio de atendimento de 21 minutos no mesmo período.

Entre a solicitação inicial ao SAMU e o atendimento prestado pelo Corpo de Bombeiros, S estima que se passaram 50 minutos. J havia sofrido um AVC. Em janeiro desse ano, a família acionou o serviço de atendimento emergencial pela segunda vez. "Meu pai teve uma pneumonia e, mais uma vez, os Bombeiros chegaram mais rápido", lembra. "Nos vemos obrigados a chamá-los, mas no desespero pelo atendimento acabamos tentando outras formas, pela insegurança que isso ainda dá"

A médica carioca A.C. de 33 anos, também passou por momentos de nervosismo e desespero ao solicitar o atendimento do SAMU para o pai de 62 anos. "Estávamos num restaurante por volta das 21h30, meu pai perdeu a consciência, vomitou, convulsionou, não sabíamos se era um AVC ou um infarto", afirma.

"Meu pai teve uma síncope de alguns segundos, ligamos para o SAMU, passaram-se 20 minutos e eles não vinham", diz a médica. A opção mais rápida foi chamar um taxi. "Não dá para raciocinar, na hora a gente só quer fazer a remoção da pessoa. Achei um absurdo a demora no atendimento, é muito grave."

A DRA. afirma ainda que tentou retornar por telefone e os atendentes teriam dito que "estavam a caminho" e teriam pedido para retornarem à ligação em mais 30 minutos. "Hoje já descartaria a possibilidade de chamar o Samu, é uma necessidade muito rápida, não dá para ficar esperando."

Procurada, a Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, responsável pelo serviço do Samu diz que "todos os chamados ao Samu são atendidos, triados e classificados pela regulação médica, seguindo protocolos internacionais de acordo com a prioridade clínica de cada caso".

É certo que há muito o que melhorar no socorro de urgência à vida do cidadão comum. Há pouco tempo alguns vereadores apontavam isso numa sessão de Câmara em Araguaína, tendo em vista que também o SAMU segue a caminho do cem por cento. Mas a felicidade é respirada quando olhamos para trás e enxergamos onde estávamos para saber onde estamos e determinar para onde vamos.