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O PVT (Programa Vidas no Trânsito), iniciativa que reúne órgãos de trânsito, segurança e saúde municipal, estadual e federal, fechou o balanço do número de mortes no trânsito de Araguaína em 2024. No total, foram 38 óbitos decorrentes de colisões, capotamentos e atropelamentos no perímetro urbano da cidade, uma área que corresponde a uma circunferência de 74,88 quilômetros.
O número está ligeiramente acima do registrado em 2023, quando foram computadas 36 mortes, e abaixo do apurado em 2022, com 51 fatalidades, ano em que o PVT iniciou a compilação dos dados.
De acordo com o presidente da ASTT (Agência de Segurança, Transporte e Trânsito) de Araguaína, Terciliano Gomes, a relativa estabilidade é resultado do trabalho executado pelos órgãos responsáveis pela segurança e pela gestão do trânsito da cidade.
“Estamos fazendo muito e sabemos que há muito a fazer, mas a população pode ter a certeza de que a ASTT está atuando para que os condutores da nossa cidade tenham cada vez mais segurança. Contudo, é preciso lembrar que a prudência na direção e o respeito às leis de trânsito são o fator principal para evitarmos os acidentes”, pontua Terciliano.
Dados detalhados
O terceiro e o quarto trimestre de 2024 foram os mais violentos, concentrando a maior parte das mortes, 22 no total. Dezembro foi o mês com maior número de mortes, oito, seguido de agosto, com seis, e janeiro, com cinco. Segunda-feira e domingo foram os dias com a maior quantidade de acidentes fatais: oito no domingo e sete na segunda.
Os homens ainda são a maioria das vítimas, 79% do total. Com relação à faixa etária, os jovens de 18 a 25 anos lideram o ranking, 14 mortes, seguidos da faixa entre 26 e 30 anos, com 12 mortes.
Os motociclistas também são as maiores vítimas do trânsito, representando 71% das mortes. Ocupantes de automóveis vêm na sequência, com 11%, seguido dos pedestres com 8%
Principais motivos
Dos 38 acidentes fatais, 20 foram em vias municipais, 10 na rodovia federal BR-153 e oito na rodovia estadual TO-222. Conforme o levantamento feito pelo PVT, os fatores que mais contribuíram para as mortes no trânsito foram, respectivamente, excesso de velocidade; uso de álcool ao dirigir; desrespeito à sinalização de trânsito, principalmente a de parada obrigatória; e operação de retorno em locais impróprios.
“Esse último item não apareceu nas estatísticas dos anos anteriores de maneira tão latente. No mês de dezembro do ano passado, por exemplo, tivemos oito óbitos, sendo cinco deles em decorrência de manobras de retorno indevidas na TO-222 e na BR-153”, destaca Thamiles Vasconcelos, diretora de fiscalização da ASTT e membro do PVT.
Aumento nos acidentes com vítimas
Apesar da estabilidade no número de acidentes fatais, a quantidade de acidentes com vítimas no perímetro urbano de Araguaína em 2024 aumentou significativamente, 58% a mais que em 2023. Foram 2.324 registros no ano passado contra 1.467 de 2023. Os números são do SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) de Araguaína.
“Acreditamos que os mesmos fatores que geram as vítimas fatais são os que levam a esse aumento nos outros acidentes. A falta de atenção no trânsito, excesso de velocidade, desrespeito à sinalização, entre outros comportamentos imprudentes ainda geram esses índices. Por isso, pedimos cautela aos condutores e acreditamos que um comportamento responsável, aliado ao trabalho da ASTT, pode gerar resultados melhores para o nosso trânsito”, ressalta Terciliano.
Programa Vida no Trânsito
O programa foi instituído pelo Ministério da Saúde em 2010 dentro das diretrizes de uma ação global coordenada pela OMS (Organização Mundial da Saúde). Os acidentes de trânsito são uma preocupação de saúde pública e figuram entre as principais causas de mortes e internações hospitalares no Brasil, gerando altos custos para os cofres públicos.
A ideia é reunir diversas instituições para compartilhar informações em âmbito municipal, mapeando os dados a partir de uma análise detalhada de cada ocorrência. As estatísticas geradas devem direcionar as ações e investimentos para a segurança no trânsito.
O comitê de Araguaína é formado pela ASTT (Agência de Segurança, Transporte e Trânsito), SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), Secretaria Municipal da Saúde de Araguaína, Secretaria de Saúde do Tocantins, UPA (Unidade de Pronto Atendimento), PAI (Pronto Atendimento Infantil), Hospital Municipal de Araguaína (HMA), Hemocentro, CEREST (Centro de Referência em Saúde do Trabalhador), SVO (Serviço de Verificação de Óbito), IML (Instituto Médico Legal), HEMOTO (Hemocentro de Araguaína), Hospital Regional de Araguaína (HRA), Hospital Dom Orione (HDO), Ciretran de Araguaína, Corpo de Bombeiros, PRF (Polícia Rodoviária Federal), PM (Polícia Militar), BPMRED (Batalhão da Polícia Militar Rodoviária), Polícia Civil, Justiça Móvel e Núcleo Regional de Perícia Criminal.
A área analisada em Araguaína tem como limites o distrito de Novo Horizonte, a oeste; o setor Jardim Paraíso, a leste; Setor Ponte, ao sul; e a rotatória da EMVZ (Escola de Medicina Veterinária e Zootecnia) da UFNT (Universidade Federal do Norte do Tocantins) ao norte.