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Embalagens deverão discriminar alimentos com alto teor de sódio

Mudanças feitas este ano visam destacar nutrientes que, em excesso, fazem mal à saúde, como sódio e açúcar.

As alterações foram aprovadas pela Anvisa este ano.
Foto: Ilustrativa

As embalagens de alimentos exercem um papel importante na hora do consumidor decidir qual produto levar para casa. É nela que estarão informações vitais da mercadoria, sobre o que se trata, quantidade ou peso, o sabor, a marca e a data de validade, para citar as mais importantes.

Entretanto, existem muito mais informações nas embalagens que a pessoa não pode ignorar. Quando se trata de alimentos ou bebidas, é preciso ficar atento, também, às informações nutricionais do produto. Elas contêm valores e porções do que constitui o alimento, e que podem fazer toda a diferença em sua saúde.

No entanto, é compreensível que isso passe batido na hora de escolher o que comprar. Isso porque essas informações, na larga maioria dos casos, são colocadas nas embalagens em letras pequenas. São muitas linhas de texto impressas em um pequeno espaço, o que torna mais difícil compreender a composição do produto.

O risco de não se atentar a isso é grave, principalmente, no caso dos alimentos que contêm alguns nutrientes que, em excesso, podem fazer mal à saúde. É o caso do açúcar, do sódio e da gordura saturada, muito presentes em produtos industrializados, como biscoitos, presuntos, macarrão instantâneo e barras de cereal, por exemplo.

Alterações na embalagem

Como forma de chamar a atenção do público para a presença desses nutrientes, novas normas sobre a rotulagem dos alimentos foram aprovadas. Em 2019, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou mudanças nas embalagens, incluindo o acréscimo de uma rotulagem frontal, além de mudanças na tabela de informações nutritivas.

Uma das principais mudanças é a exigência da ilustração de uma lupa preta, que destacará a presença dos nutrientes citados. A intenção é que se chame a atenção do leitor para isso e que, na hora de escolher, ele repense se realmente deseja levar o produto para casa.

Outras alterações aprovadas pelo órgão incluem a padronização de tabelas nutricionais, que deverão ser formadas por letras pretas em um fundo branco. A tabela também contará com o acréscimo de uma nova seção, de 100 g ou 100 ml, com o devido valor nutricional da porção.

No caso de produtos com alto teor de sódio, gordura saturada e açúcar, agora está proibida a simplória alegação nutricional desses nutrientes na embalagem, também será preciso ter uma declaração do número de porções existentes no produto.

Riscos à saúde

A escolha desses nutrientes para ser destacado nas novas embalagens não é por acaso. A preocupação da Anvisa é que o consumo maior de alimentos ricos nesses nutrientes favoreçam o aumento de problemas de saúde pública, como doenças cardiovasculares e obesidade.

Esses problemas já foram detectados pelo Ministério da Saúde. Em 2018, uma pesquisa feita pelo ministério apontou que um a cada cinco brasileiros estava com quadro de obesidade. Um consumo relevante é o de sal, e um levantamento feito pela Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF/IBGE) apontou que o consumo médio desse item pelo brasileiro é de 12 gramas diárias.

Esse valor é mais que o dobro do recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e, por isso, preocupa os profissionais da saúde. Entre os problemas causados pelo excesso de sódio no corpo, estão as doenças crônicas. Elas incluem doenças cardiovasculares, renais e hipertensão arterial.

O açúcar também preocupa. Em alimentos como bolos, doces, refrigerantes, sucos de caixinha e biscoito, há quantidades excessivas dele, o que pode desencadear problemas sérios no organismo. Entre eles, estão diabetes, obesidade, gastrite, colesterol alto, cáries nos dentes e prisão de ventre. Além dos produtos citados acima, deve-se evitar o consumo do açúcar branco.

A gordura saturada também está bem presente na dieta dos brasileiros, sobretudo em alimentos de origem animal, como carnes e leite integral. Não se pode cometer exageros do consumo desses alimentos para diminuir os riscos de desenvolver doenças como câncer, ou aumentar as chances de ter um acidente vascular cerebral ou infarto.