Segundo o idealizador, o concreto produzido a partir de plástico tem a mesma resistência do convencional.
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Com a pegada ambiental, uma startup da Govtech Polinort de Araguaína está transformando lixo plástico em materiais para reutilizar na construção. A ideia surgiu em 2013, quando o mestre de obras Alex Alves teve a ideia de dar um novo destino aos resíduos plásticos que eram descartados em lixões e aterros sanitários.

Experimentos

Ao longo de três anos, Alex utilizou seu conhecimento teórico e prático da construção civil e como instrutor do Senai para realizar diversos experimentos. Em 2016, depois de muitos testes, o mestre de obras conseguiu formular um traço de concreto que resultou num produto resistente, mas leve e que ajuda a preservar o meio ambiente.

"Consegui validar uma formulação em que eu colocava vários tipos de resíduos plásticos como um pote de sorvete, garrafa pet. (...) Percebi que aquela formulação que tinha desenvolvido era o suficiente para fazer concreto". Relembrou, ao conversar com a reportagem do AN.

 

Ideia que ganhou o mundo

Alex Alves na Alemanha

A solução, tido como inovadora, começou a deixar de ser apenas uma ideia local e começou a ganhar o país e o mundo.  Em 2019, Alex viajou a convite do Sebrae para difundir o projetos em Belém (PA), São Paulo (SP) e em outras capitais. Em novembro do mesmo ano Alex viajou para Alemanha, onde teve oportunidade de divulgar sua inovação.

Coletas nas escolas

Neste ano de 2023 também ocorreu uma nova etapa importante do projeto. Isso porque o Câmara aprovou uma nova lei que cria pontos de coleta nas escolas de Araguaína. Neste sentido, a ideia é que os alunos façam a coleta de resíduos plástico de casa e levem para a escola para que o material seja recolhido.

A comunidade também pode deixar o resíduo no ponto de coleta da unidade de ensino mais próxima de sua casa. “Traz justamente uma parte educativa para dentro das escolas públicas e estaduais daqui da nossa região.” Frisou Alex, idealizador do projeto.

Educação ambiental

De acordo com Alex, esse novo formato de educação ambiental é muito importante para a conscientização dos alunos. “A gente está ensinando de forma teórica e prática o aluno reutilizar seu resíduo.”

"A gente vai fazer nas escolas os materiais para o aluno ver que aquele resíduo que ele trouxe transformou em concreto. Um bloco que vai gerar uma sala e essa sala ele vai poder usufruir. Isso deixa uma memória cognitiva muito firme na mente do aluno". Explicou.

Produção de resíduos em Araguaína

Material produzido a partir do lixo plástico

Alex também ressaltou que Araguaína produz cerca de 188 toneladas de resíduos plástico por semana. Uma parta significativa desse lixo é descartada no aterro sanitário. “Pegamos esse resíduo e o transformamos em concreto.” Alex frisou que o concreto produzido a partir de plástico tem a mesma resistência do convencional.

"Esse resíduo que era descartado de forma aleatória em aterros e lixões, ele vai ser convertido em produto. Vamos estar fazendo concreto, que pode ser utilizado em diversas maneiras, como calçamento, como bancos, como pergolados. Como salas de leituras [nas escolas]." 

Produção em escala

Neste sentido, está em processo de construção um galpão para fazer a industrialização do material.  Com isso, o lixo plástico [poliéster, garrafa pet ou cano de PVC coletado nas escolas e demais locais, vai se transformar em postes de concreto, blocos estruturais ou bloquetes.