Profissionais da enfermagem durante paralisação em Gurupi.
Foto: Divulgação/Sintras-TO

Profissionais da enfermagem do Tocantins aderiram a mobilização nacional e iniciam nesta quarta-feira (21), uma paralisação por 24 horas dos serviços não essenciais em saúde na rede pública e privada do estado. Os atendimentos de urgência e emergência serão mantidos.

Segundo os sindicatos da categoria, a paralisação é para garantir a implementação da Lei 12.434, que regulamenta o piso salarial da enfermagem, e também para exigir que o Congresso Nacional e o governo federal garantam fontes de custeio do piso.

No Tocantins, as entidades organizadoras do Sindicato dos Trabalhadores da Saúde do Estado do Tocantins (SINTRAS-TO),  Sindicadto dos Enfermeiros no Estado do Tocantins (SETO) e Sindicato dos Profissionais de Enfermagem do Estado do Tocantins (SEET), dizem que a paralisação é uma advertência para os poderes competentes, a fim de afirmar que ação dos profissionais poderá ser ampliada para uma greve, até que de fato seja feito a implementação do piso salarial da categoria.

Concentração de profissionais

Durante as 24horas, os profissionais irão concentrar em frente aos hospitais de Palmas, Araguaína, Gurupi, Porto Nacional, Paraíso, Miracema, Dianópolis, Augustinópolis, Arraias, Pedro Afonso, Araguaçu, Alvorada, Guaraí, Arapoema, Xambioá. E ainda nas UPAS e unidades básicas de saúde. 

Entenda

No dia 15 de setembro, o plenário do STF manteve uma decisão do ministro Luís Roberto Barroso que suspendeu a lei que fixa pisos salariais para enfermeiros, técnicos de enfermagem, auxiliares de enfermagem e parteiras. A suspensão vale até que sejam analisados os impactos da medida na qualidade dos serviços de saúde e no orçamento de municípios e estados.

Novo piso

A norma foi aprovada em julho pelo Congresso, e sancionada em agosto pelo presidente Jair Bolsonaro (PL). O piso salarial de enfermeiros foi fixado em R$ 4.750. A norma também determinou que a remuneração de técnicos de enfermagem, auxiliares de enfermagem e parteiras seja calculado com base nesse montante. Veja abaixo:

  • técnicos de enfermagem: R$ 3.325 (70% do piso dos enfermeiros);
  • auxiliares de enfermagem: R$ 2.375 (50% do piso dos enfermeiros);
  • parteiras: R$ 2.375 (50% do piso dos enfermeiros).

A entidade questiona a validade da medida por entender que a fixação de um salário-base para a categoria terá impactos nas contas de unidades de saúde particulares pelo país e nas contas públicas de estados e municípios. As empresas também indicaram a possibilidade de demissão em massa e de redução da oferta de leitos.