Estudantes de várias unidades dos Colégios da Polícia Militar do Tocantins já foram às ruas protestar contra as mudanças anunciadas pelo Governo do Estado. Na semana passada, a Secretaria da Educação, Juventude e Esporte (Seduc) anunciou o fim do processo seletivo para ingresso nas unidades, mudança na nomeclatura e rejeitou a proposta de um Regimento Interno específico pautado no respeito e disciplina.
A escola que oferta o ensino fundamental passa a se chamar Colégio Estadual Cívico-Militar e as que ofertam o ensino médio Colégio Estadual de Ensino Médio Cívico-Militar.
Os estudantes são contrários às mudanças e novos protestos estão marcados para esta semana. Contudo, a reportagem apurou que os diretores estariam sendo orientados a impedir as manifestações dos alunos.
Em Araguaína, houve protesto na última sexta-feira (1º) e está previsto outro para esta quarta-feira (6), a partir das 17h30, no centro da cidade. Centenas de estudantes também foram às ruas em Paraíso do Tocantins e Augustinópolis. O movimento já ganhou a adesão de pais e simpatizantes da disciplina militar. Nas redes sociais, a hastag #SomosTodosCPM dá o tom da reivindicação.
Os estudantes também lançaram um abaixo-assinado no site Avaaz.org e já tem mais de 4 mil assinaturas.
“Precisamos manter o Colégio Militar da forma que foi instituído. A mudança arbitrária do Governador do Estado irá restringir o ingresso no CPM, alterou a nomenclatura e consequentemente alterará a disciplina e metodologia que vem sendo empregadas, ocasionando retrocesso aos níveis já alcançados. Ajude a barrar essa arbitrariedade. Assine a petição. Não ao Cívico-Militar!”, diz o texto da petição pública.
Por outro lado, o próprio governador Mauro Carlesse (DEM) já reuniu todos os diretores das unidades para convencê-los em relação às mudanças que foram impostas repentinamente pela secretária Adriana Aguiar sem nenhum diálogo com professores e comunidade escolar.
Sem o processo seletivo, o sistema da Seduc fará a Transferência Automática (TA) dos alunos que já estudam nas unidades mais próximas dos Colégios Cívico-Militares. Com isso, estudantes de escolas mais distantes e até de outros municípios só vão concorrer às vagas que eventualmente não forem preenchidas no processo de transferência automática. Ou seja, não haverá um sorteio como anunciado pela secretaria.
Atualmente, o Estado conta com 12 colégios e mais de 7,6 mil estudantes atendidos nesta modalidade.