Fernando Almeida/Araguaína Notícias
A cidade de Araguaína amanheceu sem transporte coletivo neste sábado (21). Isso porque todas as vans da Cooperlota foram recolhidas no início desta madrugada, após mandado judicial.
O recolhimento se deu pela falta de pagamento das prestações dos veículos ao Banco Moneo. Os ônibus que estavam no pátio da Cooperlota, quando o mandado foi cumprido. Um oficial de Justiça, o advogado do banco credor e da Cooperlota acompanharam a ação. A PM também deu apoio.
A atual diretoria da Cooperativa culpa a ex-gestão pelas dívidas que culminaram na apreensão dos veículos. O montante devido ao banco credor, alugueis e outras despesas superam R$ 1 milhão de reais. Com isso, a cidade de Araguaína fica sem ônibus provisoriamente.
Versão do atual presidente
Em entrevista ao AN (no dia 19) o atual presidente da Coperlota, José Roberto, admitiu que a situação financeira da cooperativa estava no vermelho, mas que lutava para saldar as dívidas. Para isso dependia do reajuste da passagem, de um repasse do município e também do recebimento do dinheiro das passagens do Tic Pass.
O bilhete eletrônico é administrado pela empresa DotFlex, que presta serviço à Cooperlota deste dezembro de 2015. No entanto, segundo José, a empresa retém o dinheiro da venda dos bilhetes desde essa época e não repassa à Cooperativa.
Protecionista da AMTT
Para o presidente da Coperlota, mesmo com a falta de repasse da venda do Tic Pass, ao que parece a administradora do bilhete está sendo “protegida”. “É uma questão estranha ao meu ver. A Dot Flex é uma prestadora de serviço da Cooperlota, ela não é licitada. E mesmo assim está havendo uma proteção por parte da AMTT e do prefeito a esta empresa. Eu não sei o porquê. E então assim, fica uma dúvida do porquê desse interesse, dessa proteção” afirmou.
José disse ainda que a diretoria anterior foi tirada em Assembleia, porque a Cooperativa estava estagnada e faltaav transparência. “A gestão passada deixou de pagar dívidas. A gente sabe que tinha como pagar esta dívida e não pagaram”.
Outro problema, segundo José Roberto, é que a prefeitura de Araguaína não repassou um montante de R$ 600 mil de subsídio referente as passagens de idosos e estudantes. “Quem tem que assumir este ônus é o munícipio”.
Dívidas
O montante da dívida da Cooperlota, que segundo José, foi deixada pela diretoria anterior chega a mais de R$ 1 milhão. Entre elas estão, R$ 700 mil de prestações de ônibus, R$ 110 mil de aluguel de ônibus antigos e R$ 90 mil de aluguel do galpão para garagem. Há ainda dívidas de impostos que estavam sendo negociadas e outras menores.
Financiamento
O valor global do financiamento dos ônibus é de R$ 13.365.000,00, para aquisição de dois modelos de ônibus. Sendo 30 veículos no valor de R$ 265 mil, subtotalizando assim em R$ 7.950.00,00. E os outros 20 no valor de R$ 285 mil cada, somando R$ 5.700.000,00.
O Araguaína Notícias tentou contato com o ex-presidnete da Cooperlota, David Pereira da Silva, para ele comentar sobre as declarações do atual presidente. No entanto, ele não atendeu a ligação e nem retornou até o fechamento da matéria.
Resposta da Prefeitura
Em nota, a Prefeitura de Araguaína, por meio da Agência Municipal de Transporte e Trânsito (AMTT), informou "que já havia notificado a Cooperlota por irregularidades, solicitando que os problemas fossem resolvidos". Destacou ainda que "há outra licitação em andamento para o transporte público convencional, pela quarta vez".
"A AMTT está tomando as providências legais e administrativas para resolver a situação em curto prazo, minimizando os transtornos à população".
Atualizada às 10h28 para acréscimo da entrevista.