Familiares dos pacientes do Hospital Regional de Araguaína (HRA), o maior da região norte do Estado, fizeram um protesto na última sexta-feira (9) para cobrar do Governo do Estado uma solução urgente para a falta de cirurgias e medicamentos na unidade.

O funcionário público João Batista Rodrigues contou que seu filho Clênio Pereira Viana, de 26 anos, fraturou o fêmur em um acidente de trânsito no dia 7 de dezembro do ano passado e, desde então, está internado no Hospital aguardando por uma cirurgia. “Os médicos dizem que não há data para fazer a cirurgia. Todos nós familiares estamos desesperados sem saber o que fazer”, lamentou. O paciente Clênio é casado e pai de três filhos.

Segundo informações, dezenas de cirurgias não estão sendo realizadas por falta de material. A empresa Síntese, que fornece as próteses, teria suspendido os serviços por causa de uma dívida de R$ 5 milhões do Governo do Estado.

João Batista relatou ainda que a demora na realização da cirurgia está trazendo graves consequências à saúde de seu filho. “Meu filho está com escaras [feridas] de tanto ficar deitado só de um lado, imobilizado. Já está cheirando mal e o risco de infecção é muito grande. O meu maior patrimônio é meu filho e minha esposa. Saúde não espera”, disse João Batista.

Ainda segundo informações de familiares, a empresa já teria procurado a nova gestão do Governo do Estado para negociar a dívida, mas sem sucesso.

No mesmo quarto há pelo menos outros quatro pacientes com fraturas aguardando por cirurgias há mais de 40 dias. Um deles é o idoso Francisco Rodrigues de Lima Neto, de 80 anos. Ele é morador de Guaraí e também fraturou o fêmur após uma queda no dia 7 de dezembro.

A filha do paciente, Deniza Sousa Lima contou que seu pai foi encaminhado ao centro cirúrgico no dia 19 de dezembro, mas voltou para o quarto sem realizar o procedimento médico por falta de material. “Meu pai é diabético e hipertenso. Já ficou nervoso e perdendo o sentido por causa da demora. A situação aqui é caótica. Já procurei a direção do Hospital, mas eles não podem fazer nada. Outro dia um médico disse que eu poderia levar meu pai para casa. Mas como vou levar um idoso com o fêmur fraturado?”, contou Deniza.

A acompanhante disse ainda que no quarto há dois adolescentes, um de 14 anos e outro de 16 anos, ambos aguardando cirurgias.

O AF Notícias solicitou informações da Secretaria Estadual de Saúde (Sesau).