A gasolina não está barata para ninguém. Para o tocantinense a situação é das piores: o estado tem a terceira gasolina mais cara do país. Só perde para o Acre e o Rio de Janeiro. É o que aponta uma pesquisa da Agência Nacional do Petróleo (ANP). A média no estado é de R$ 4,91, mas algumas cidades o valor chega a R$ 5,20.

É o caso de quem mora em Palmas, onde os motoristas perceberam um aumento de cerca de R$ 0,22 no valor do litro, chegando a até R$ 5,19 no dia 20 de setembro.

Mas afinal, por que os valores pagos pelos tocantinenses são tão elevados?

 Segundo o Sindicato dos Revendedores de Combustíveis do Estado Tocantins (Sindiposto-TO), a resposta está no imposto e no valor do barril do petróleo no mercado internacional e a cotação cambial.

"Também é importante falar sobre a altíssima carga tributária imposta sobre os combustíveis, além da nossa logística que influencia no preço final dos produtos. Além disso, se tiver alta do dólar ou do barril, o preço vai subir assim como o inverso também é verdadeiro. O valor dos combustíveis está atrelado a essas duas variáveis", acrescentou o presidente do Sindiposto-TO, Wilber Silvano.

O representante da entidade lembra que o dólar disparou nos últimos meses e o histórico de altas é constante. Somando-se a flutuação do mercado internacional, há ainda que se levar em conta a crise econômica enfrentada pelo próprio país, que também vive o período eleitoral, com incertezas sobre quem governará no próximo ano.

"A gasolina vem subindo diariamente e nós revendedores compramos esse produto mais caro e somos também impactados por essa alta. Então naturalmente se compramos o produto em alta, esse valor é repassado para o consumidor. Esses aumentos são diários e não temos controle disso. Nós revendedores seguramos até onde é possível, mas depois temos que passar o reajuste", ressaltou.

Metade do valor é imposto

De acordo com o Sindiposto, o valor de impostos pagos em cima do preço do produto também é alto, segundo os empresários do setor. Com um preço médio do litro da gasolina a R$ 5,20, o revendedor paga hoje uma média de 46% em impostos.

No Brasil, o ICMS dos estados varia de 25% a 34% do preço que o consumidor paga pelo combustível. Segundo a ANP, o Tocantins cobra 29% de ICMS.

Além do ICMS, a gasolina ainda paga os tributos federais, que, diferentemente do imposto estadual, são cobrados em um valor fixo e são os mesmos em todos os estados. Atualmente, cada litro de gasolina que sai da refinaria é taxado em R$ 0,10 de Cide e R$ 0,7925 de PIS/Cofins.

Com informações do Sindiposto e ANP.