
Ao menos cinco mil pessoas esperam por cirurgias, em 19 especialidades, no maior hospital público do Tocantins, o Hospital Geral de Palmas (HGP). Esse é o resultado de uma vistoria realizada pela Defensoria Pública Estadual (DPE) e o Ministério Público Estadual (MPE), divulgado nesta quarta-feira, 21.
Todo este cenário de caos veio à tona em meio a maior crise do Governo de Mauro Carlesse (PHS), desencadeada pelo escândalo do lixo hospitalar. Somente a fila de espera por cirurgia ortopédica chega a 1.200 pessoas.
Entre os milhares de casos, chama atenção o de uma senhora de 100 anos de idade que está internada há um mês e aguarda por um procedimento cirúrgico. Também tem pacientes que já contabilizam seis meses de internação.
A idosa, que não teve o nome revelado, sofreu uma queda e fraturou o fêmur da perna direita. A família teme que ela contraia infecção hospitalar. A acompanhante da senhora, que preferiu não ser identificada, espera por uma solução imediata.
"A gente só pede para que o caso dela seja logo resolvido. Os exames dela são ótimos, ela é super saudável, mas, ficar por aqui tanto tempo pode acarretar várias consequências ruins", destacou a acompanhante.
Há outro caso no mínimo revoltante, o de uma mãe de família. A paciente está no HGP há pelo menos seis meses após fraturar a perna esquerda num acidente de moto. Segundo a família, a história sempre é a mesma no semestre inteiro, de que ela é a terceira pessoa da fila.
"Mas, como sempre, terminam dizendo que chega alguém de emergência e pula na frente. Nisto eu já estou aqui há seis meses e várias vezes eu fiquei de jejum porque disseram que eu ia ser operada e nada aconteceu. É um absurdo. Muito difícil. Principalmente para quem é mãe de família e precisa cuidar dos filhos", reclamou a paciente.
O que diz a SES
Em nota, a Secretaria de Estado da Saúde (SES) reconheceu que há grande demanda de atendimentos no HGP em especial na área da ortopedia. Ressaltou que o hospital junto com sua equipe de profissionais é referência em atendimentos de alta complexidade e vai continuar realizando todos os esforços para atender a todos da melhor forma possível, dando prioridade às cirurgias de alta gravidade e maior risco de morte, como as de urgência e emergência.
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