A sede do Incra em Araguaína (TO) está ocupada por famílias camponesas e remanescentes de quilombos desde a manhã desta segunda-feira, 18. Segundo eles, a ocupação tem o objetivo de cobrar as promessas pactuadas e não cumpridas pelo Incra em audiências públicas desde o ano de 2011.

Em nota, a Superintendência Regional do Incra no Tocantins disse que a pauta dos trabalhadores rurais sem-terra será discutida com representantes do Instituto e do Ministério do Desenvolvimento Agrário somente após a desocupação pacífica das instalações.

O Incra esclarece, na nota, que as pautas relacionadas à regularização fundiária foram encaminhadas ao Programa Terra Legal Amazônia do Ministério do Desenvolvimento Agrário para manifestação.

Ainda de acordo com o Incra, caso a Unidade de Araguaína não seja desocupada, o Incra solicitará judicialmente a reintegração de posse nesta terça-feira (19).

Ocupação

No movimento, Articulação Camponesa, há trabalhadores das comunidades de Araguaína, Augustinópolis, Babaçulândia, Bandeirantes, Barra do Ouro, Campos Lindos, Goiatins e Palmeirantes. A ocupação, segundo os ele, vem depois de cinco audiências públicas realizadas entre 2011 e 2014, nas quais diversos compromissos que garantiriam agilidade nos processos de vistorias e demarcação de terras e territórios foram assumidos e não cumpridos pelo Incra.

Os manifestantes apresentaram a pauta de demandas relacionadas ao Acampamento Bom Jesus, Acampamento Vitória, Acampamento Gabriel Filho, ocupantes do Santo Antônio Bom Sossego, ocupantes da Boa Esperança, Comunidade Grotão, ocupantes do Ipê e Junqueira e do acampamento Taboca.

“Antes de decidir pela ocupação, tentamos fazer com que o Incra honrasse com os compromissos assumidos e negociamos prazos para que as reivindicações fossem atendidas nas audiências públicas também acompanhadas pelo Ministério Público Federal, Defensoria Pública Agrária, Delegacia Estadual de Repressão a Conflitos Agrários, entre outros”, ressaltou um dos ocupantes.

A última audiência aconteceu em maio deste ano, na própria sede do Incra em Araguaína.

“Nossas reivindicações não buscam contemplar apenas as necessidades individuais de cada comunidade, mas sim lutar pela mudança do contexto agrário no estado do Tocantins, hoje baseado na concentração ilegal da terra nas mãos de fazendeiros e grupos vinculados ao agronegócio que exploram o trabalhador e não produzem alimentos para o sustento do povo brasileiro”, finalizou.