O juiz plantonista Fabiano Ribeiro recebeu, neste domingo (25), uma denúncia criminal proposta pelo Ministério Público Estadual (MPE) contra os agentes de Polícia Civil, Ademael das Neves e Genilson da Costa Feitosa, e também contra o advogado Rafael Elias Nicotera Abrão, acusados de tentativa de homicídio quadruplamente qualificado.
Os policiais Ademael e Genilson já respondem a pelos menos outras quatro ações penais por diversos crimes, entre eles corrupção, tráfico de drogas e associação criminosa. Eles estão presos desde junho desse ano.
Nessa nova denúncia, apresentada pelo promotor Paulo Alexandre, o MPE acusa os policiais e o advogado de terem tentado ceifar a vida das vítimas Wellington Gomes da Costa e Luis James Pedrosa de Araújo para que não denunciassem crimes supostamente praticados por eles.
Segundo a denúncia, os policiais civis Ademael e Genilson conjuntamente com o advogado Rafael, durante o ano de 2014, dedicavam-se a comercialização de veículos ?finan? e extorquiam dinheiro das vítimas sob o pretexto de que iriam entregá-los à polícia ou acusá-los de crimes caso não pagassem.
Ainda segundo o MPE, diante da recusa das vítimas em pagarem mais dinheiro, os policiais civis e o advogado começaram a persegui-los pela cidade de Araguaína e proferir ameaças de morte.
No dia 12 de setembro de 2014, por volta das 18h nas proximidades da Peixaria Sertaneja e do Hospital Municipal de Araguaína, os policiais Ademael e Genílson na condução de um veículo vectra, teriam seguido as vítimas que conduziam um veículo Golf, desde o Setor Martins Jorge até as proximidades da peixaria, momento em que os dois policiais fecharam o carro das vítimas e realizaram cerca de 20 disparos de arma de fogo contra eles.
Conforme o MPE, o duplo homicídio só não ocorreu em decorrência das vítimas conseguirem fugir do local, mesmo com dezenas de perfurações de bala sobre o chassi do veículo.
Nos dias 07 e 09 de dezembro de 2014, acompanhados de advogados, as vítimas compareceram a DEIC NORTE e ao Ministério Público para denunciar o fato.
O MPE afirma que os policiais realizaram uma verdadeira ?caçada? a Luis e Wellington, que começou ainda na madrugada. Da mesma forma, segundo o MPE, o posicionamento geográfico do advogado coincide com o trajeto percorrido pelas vítimas. "Tal fato demonstra o envolvimento dos três acusados, que trocavam entre si dezenas de chamadas telefônicas, antes e logo após a prática do crime. A divisão de tarefas restou nitidamente demonstrada, cabendo aos policiais civis a execução do crime e ao advogado a autoria intelectual do mesmo", afirma o promotor na denúncia.
O MPE pede que eles sejam levados a julgamento perante o júri popular.