Fernando Almeida
No último dia 15, Sandoval Cardoso chegou ao posto mais importante da política do Tocantins, o de Governador do Estado. Tudo isso foi possível graças a uma série de coincidências ou o que alguns preferem chamar de engenhosa obra de marketing com fins eleitoreiros. O Governador Siqueira Campos já ‘acabrunhado’ pela idade lembrou-se de sua família, parentes e amigos e descambou-se para o Nordeste. O vice João Oliveira, que poderia ‘lograr’ êxito numa possível candidatura ao cargo de Governador, foi mandado para o Muro das Lamentações na Terra Santa e à Ásia para fazer negócio da China.
Agenda lotada
E quem ocupou o vazio do Palácio Araguaia? Ele, o presidente da Assembleia Legislativa, o homem do Auxílio Moradia. Nem chegou a sentar direito na cadeira, pois com uma agenda abarrotada de compromissos, partiu Sandoval com a poderosa caneta em punho para assinar contratos, inaugurar obras acabadas ou começadas e entregar ambulâncias. O jovem bravo, guerreiro e destemido talvez seja a última carta do Palácio para dar continuidade ao domínio absolutista do Siquerismo na Capitânia do Tocantins. Pelo andar do marketing na carruagem, será o ultrassônico Governo do Tocantins: 4 anos em 20 dias.
O que Siqueira faz no Nordeste
O sábio, astuto e perspicaz Siqueira retornando a calmaria e serenidade de sua Terra pode ser interpretado em tom de despedida como o adeus, a última viagem em vida ao Nordeste, que culminará na queda do Siquerismo no Tocantins. Este seria o fim de um modelo político intolerante, arcaico e retrógrado. Ou, talvez, a maquiavélica, moderna e sofisticada inovação da ‘Águia Siquerista’ para ‘trollar’ o povo tocantinense neste ano Eleitoral e alçar voos alteneiros no Tocantins de meu Deus. Neste sentido, o jovem Sandoval (‘guerreiro justo, valente e leal’) é a personificação da Oligarquia Siquerista que dominará o Tocantins por mais 4 anos. Em outras palavras, a novidade não tem nada de novo: apenas a raposa que troca de pelo, mas nunca muda de extinto.
O paradoxo
Enquanto nossas crianças e idosos morrem a míngua nos hospitais do nosso estado, os articulistas mexem friamente as peças no tabuleiro eleitoral a fim de lograr êxito nas urnas. Paralelamente ao paradoxo desta infernal realidade tocantinense, Sandoval Cardoso, o ‘matador de onça’, segue obstinadamente seu ‘rolezinho’ no Cerrado e nos quatro cantos do Tocantins na perspicaz caça aos votos. Assim como no troféu, a onça morta, que Sandoval jura por Deus e pelo Diabo que não matou, durante estes 20 dias o jovem destemido precisa estar armado com unhas e dentes para ‘desonçar’ muitos redutos invadidos por outras feras oposicionistas durante a ausência de Siqueira em 3 anos e 2 meses de desgoverno.
A árdua tarefa
O ‘rolezinho’ de Sandoval não será tarefa fácil. É uma missão de muita responsabilidade confiada ao jovem que honrou o cargo de presidente da Assembleia Legislativa no que diz respeito à fidelidade ao “xerife” Siqueira Campos. Diante de tantas promessas que ainda não foram realizadas no Tocantins, encarar olho no olho o cidadão tocantinense em defesa de Siqueira tem que ter sangue no olho. Nas “ex-palavras” do ex-vereador Jorge Frederico, Siqueira lançou a pedra fundamental do HGA e estava esperando a chuva para a pedra crescer e virar Hospital. Ou seja, a principal promessa de Siqueira para Araguaína não foi cumprida.
A falta de opções
Diante de tantas promessas não cumpridas e da falta de opções de nomes na corrida ao Palácio Araguaia, as chances de Siqueira ficam cada fez mais remotas. O Tocantins está mesmo sem opções. Se usarmos as ex-palavras do homem do Chambari (Geronimo Cardoso), terá apenas o ‘Ditador do Cerrado’ para suceder a si mesmo. Também poderemos ter aquele que Vanderlan Gomes chamou de Governador ‘Caçado’ Marcelo Miranda, com os “Óculos a Perder de Vista.” Outra opção, que assim como os demais não são opções, será a mulher do agronegócio, a Miss Moto-Serra, a senadora Kátia Abreu.
O eleitor e a responsabilidade o voto
Com tanta falta de opções, em 2014 a corrida ao Palácio Araguaia será uma disputa muita acirrada, uma verdadeira trincheira eleitoral. E fazer este “rolezinho” da caça ao voto é uma missão de risco, que precisa coragem de ‘matador de onça’ para encará-la. E você, eleitor, que decisão vai tomar no dia 5 de outubro? Vai cair na velha armadilha, ser abatido semelhante a uma onça indefesa e erguido como troféu pelos donos do poder? Ou nesta data fará seu próprio ‘rolezinho’ ressurgindo das cinzas tal qual uma Fenix, poderosa e atenta a jogadas políticas desse tipo, pronta para redefinir os rumos da política tocantinense?..
Obs: Embora Sandoval admita a autencidade da foto, ele nega que tenha matado a onça. Por este motivo, o termo "matador de onça" aparece sempre entre aspas.