O Hospital Municipal de Araguaína (HMA), que ganhou destaque na mídia por realizar quatro cirurgias cardíacas infantil, está com salários do médicos atrasados há dois meses. Ao menos 22 profissionais estão sem receber desde o mês de outubro e em nota cobram a regularização do pagamento. O HMA é administrado pelo Instituto Saúde e Cidadania (ISAC).
Em nota divulgada nesta segunda-feira (9), os médicos se manifestaram sobre o problema e cobraram uma solução. “Viemos através de esta nota manifestar o repúdio contra o descaso que envolve o não pagamento dos salários dos médicos desta instituição, nas suas mais diversas especialidades.” Diz trecho do documento, acrescentando.
“A equipe médica desta unidade têm se esforçado grandemente para oferecer um cuidado de excelência para as crianças do estado do Tocantins com empenho e profissionalismo, e que o atraso no pagamento do salário tem sido algo recorrente, viemos tornar público tal fato, para que providências sejam tomadas para a regularização dessa situação o quanto antes”.
A nota cita ainda que o atraso causa insegurança por parte dos profissionais, que se sentem desmotivados a permanecer na instituição. “Não podemos contar com o próprio salário, sendo este um direito garantido pela Constituição, e que infelizmente não vem sendo cumprido.” Ressalta.
“É necessário que todos saibam que temos feito o nosso máximo para que Araguaína seja referência no cuidado com o paciente pediátrico, mas nos sentimos impotentes diante da falta de compromisso conosco, também temos as nossas famílias e necessitamos receber pelo serviço prestado, afinal de contas esse é o nosso trabalho”.
Por fim, a nota de cobrança dos médicos considera a situação lamentável. “Queremos que a população esteja ciente da real situação do HMA, e da falta de compromisso com os médicos que prestam serviço nesta instituição.” Finaliza.
Um profissional, que preferiu não se identificar, relatou que alguns colegas médicos estão desmotivados e pensam em deixar o município. E isso, na visão da fonte, poderia comprometer o funcionamento da UTI Pediátrica de Araguaína.
“Isso [atraso] é muito recorrente e os médicos tem falado em [pedir] demissão. Alguns já até colocaram prazo para demissão. Isso implica diretamente na UTI porque a gente tem a escala apertada. Não temos tantos profissionais na cidade. E os profissionais que tem, eles [da gestão pública] não valorizam. Não tentam pelo menos pagar em dias. (...) Ninguém vai ficar lá trabalhando sem receber. Frisou, na condição de anonimato.
A reportagem procurou a prefeitura e o ISAC, mas ainda não se manifestaram.