O Brasil está envelhecendo e o Tocantins acompanha essa tendência. De acordo com o último Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população idosa no estado cresceu 62% em apenas 12 anos, comparando os dados de 2010 e 2022.
O avanço da idade média da população impõe novos desafios e exige transformações sociais importantes, especialmente no mercado de trabalho.
As projeções do IBGE indicam que, até 2060, 58,4% dos brasileiros com 60 anos ou mais farão parte da população economicamente ativa, ou seja, estarão trabalhando.
Em 2015, esse percentual era de apenas 16%. Apesar da mudança em curso, o mercado de trabalho ainda apresenta resistência à contratação de pessoas com 50, 60 ou mais idade.
Para o Doutor em Gerontologia André Raposo, o preconceito faz com que as empresas ignorem as vantagens de contar com pessoas idosas no quadro de funcionários.
“A visão de que a idade reduz a produtividade já não se sustenta. Empresas que valorizam a experiência dos mais velhos têm colhido resultados positivos: equipes mais diversas, com diferentes habilidades e repertórios, além de uma cultura organizacional mais colaborativa e saudável, o que pode até impulsionar os lucros”, afirmou.
A permanência de idosos no mercado de trabalho também traz impactos positivos para eles próprios, e não apenas do ponto de vista financeiro, mas também emocional e cognitivo. Segundo a tese do Dr. Raposo, manter-se profissionalmente ativo após os 60 anos fortalece a criatividade, curiosidade, liderança, cidadania e o pensamento crítico.
“Além disso, os vínculos sociais criados no ambiente de trabalho contribuem para o aumento do bem-estar e da sensação de felicidade entre os idosos”, completou o especialista.
