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Ministério Público requer medidas emergenciais para deficiências na Delegacia de Alvorada

Levantamento realizado pela Promotoria de Justiça de Alvorada aponta que há centenas de inquéritos policiais, termos circunstanciados de ocorrência, procedimentos infracionais e outros procedimentos semelhantes com prazos legais extrapolados, sem relatório final muitos destes paralisados há anos.

Nesse sentido, é exemplificado que um inquérito policial de 2014 prescreveu após 12 anos sem que a autoridade policial realizasse diligências.
Foto: Ascom MPTO

O Ministério Público do Tocantins (MPTO) ingressou com uma Ação Civil Pública na Justiça em desfavor do Estado do Tocantins, na quarta-feira, 15, requerendo providências emergenciais para a reestruturação da Delegacia de Polícia de Alvorada. O órgão de controle relata que a delegacia apresenta problemas de estrutura física e de pessoal que comprometem gravemente o trabalho investigativo e praticamente paralisam seus serviços.

Levantamento realizado pela Promotoria de Justiça de Alvorada aponta que há centenas de inquéritos policiais, termos circunstanciados de ocorrência, procedimentos infracionais e outros procedimentos semelhantes com prazos legais extrapolados, sem relatório final muitos destes paralisados há anos.

Nesse sentido, é exemplificado que um inquérito policial de 2014 prescreveu após 12 anos sem que a autoridade policial realizasse diligências.

Também é mencionado que, pelo menos, 60 pedidos de medidas protetivas de urgência formulados pela própria Polícia Civil estão sem a devida instauração do respectivo inquérito policial para apurar o fato narrado e supostamente delituoso, com ação penal pública incondicionada, o que compromete o combate à violência doméstica.

Ainda foi levantado pela Promotoria de Justiça de Alvorada que a delegacia opera com um quadro reduzido (1 delegado, 1 escrivão, 2 agentes, 1 assistente administrativo e 1 auxiliar de serviços gerais), além de apresentar problemas estruturais.

O Ministério Público vem acompanhando a situação desde janeiro de 2023, quando instaurou procedimento administrativo e passou a requerer providências por parte do Poder Executivo. Porém, as respostas que obteve foram sempre genéricas ou alegavam a impossibilidade de remanejamento de pessoal.

A ação foi proposta pelo promotor de Justiça André Felipe Santos Coelho.

Providências


A Promotoria de Justiça de Alvorada requer que sejam determinadas, liminarmente, medidas emergenciais que destinem recursos humanos adicionais à delegacia, forneçam equipamentos básicos indispensáveis e garantam a realização de mutirão para a análise e conclusão de inquéritos policiais e demais procedimentos em atraso, entre outras medidas.

Também é requerida a apresentação de um Plano de Adequação Estrutural da Delegacia de Polícia de Alvorada que contenha: diagnóstico das deficiências materiais, estruturais e de recursos humanos; cronograma de reforma ou adequação das instalações físicas; relação de equipamentos, materiais e veículos necessários ao funcionamento regular da delegacia, com previsão de aquisição; plano de regularização do quadro de pessoal, com previsão de nomeação de servidores concursados ou redistribuição de efetivo; estratégia para regularização dos procedimentos investigatórios em atraso, com estabelecimento de metas e prazos; previsão orçamentária e fonte de recursos para implementação das medidas.