Ação Policial

Morte de trabalhadora vítima de espancamento pode estar ligada a testemunho em processo

Segundo a Polícia, a vítima Ana Zilda Santos Almeida seria testemunha de um processo que poderia prejudicar os três suspeitos pelo crime.

Delegado Felipe Crivellaro, da DRR de Araguaína, responsável pelo caso.
Foto: AN

A prisão de mãe e filha, de 49 e 19 anos, suspeitas de encomendar o assassinato da trabalhadora Ana Zilda Santos Almeida, mudou os rumos da investigação. A vítima foi espancada com golpes de capacete na cabeça no dia 5 de outubro, no Setor Rodoviário em Araguaína. Ela ficou em coma, mas não resistiu aos ferimentos e morreu no Hospital Regional.

O autor dos golpes, um homem de 32 anos, foi preso pela Polícia Civil no último dia 10, durante a Operação Siena deflagrada pela Delegacia de Repressão a Roubos (DRR), sob o comando do delegado Felipe Crivellaro.

A Polícia chegou ao autor após imagens de câmeras de vigilância registrarem o momento em que ele correu e entrou em um veículo Fiat Siena.

Em entrevista nesta manhã, o delegado Felipe Crivellaro explicou que as duas mulheres presas hoje estavam no veículo que deu apoio a fuga do autor.

De início, a polícia acreditava que o autor teria cometido o crime por impulso e que teria induzido as duas mulheres a erro, com a história de que ele teria chamado elas para pegar uma carona.

Num primeiro momento, o que a gente tinha era que esse veículo (Fiat/Siena), embora existisse uma relação entre o executor e as pessoas que estavam nesse veículo, naquele momento, o que a gente tinha apurado, é que essas mulheres teriam sido induzidas a erro, que o cara tinha inventado uma história e elas teriam ido dar esse apoio pra ele”. Explicou o delegado Felipe.

Desde a prisão do autor, a DRR conseguiu apurar mais elementos sobre os fatos.

Nessa segunda fase da operação, a gente conseguiu encontrar mais elementos, que na verdade elas (mãe e filha) tinham sim envolvimento direto com o fato. A princípio, essa morte foi orquestrada.”  Cravou o delegado.

Nova linha de investigação

Ainda segundo o delegado Felipe, a polícia agora trabalha com uma nova linha de investigação. “Possivelmente, a vítima Ana Zilda, iria depor em algum processo na condição de testemunha, e esse processo poderia prejudicar essas pessoas”.

O delegado revelou que o executor do crime mora de favor com as duas mulheres (mãe e filha) há alguns anos.

O executor está preso. As mandantes, que também são partícipes, embora não tenham executado, elas foram responsáveis por organizar, arquitetar o plano, levar o executor até o local. Elas sabiam o horário que a vítima chegava no trabalho. Tanto é que ele já estava aguardando ela (Ana Zilda) chegar. Então elas foram responsáveis por levar ele no local, aguardar a execução do crime e dar a fuga pra ele”.  Detalhou o delegado.

Conforme o delegado, agora a investigação deve aprofundar no sentido de que Ana Zilda seria testemunha de um processo, que prejudicaria os três suspeitos presos.

Questionado se as mulheres teriam pago alguma quantia ao executor, o delegado respondeu que é um fato ainda em dúvida.

Isso ainda está meio dúbio, nebuloso. Fizemos apreensão. Apreendemos todos os aparelhos celulares. E a gente vai continuar com a investigação pra gente tentar entender o porquê. Ana Zilda, essa trabalhadora da peixaria, por que ela foi brutalmente morta? Então a gente está muito curioso pra saber.

Os três suspeitos estão presos preventivamente até a conclusão do inquérito. A prisão deles foi decretada também para garantir que a instrução criminal ocorra sem intervenções.

Se eles iam matar uma pessoa, que seria testemunha num processo, o que iriam fazer com esse inquérito que estamos apurando agora?”. Finalizou o delegado.