Arnaldo Filho e Fernando Almeida
A Promotoria de Justiça do Patrimônio Público de Araguaína (TO) já requisitou informações sobre a nova contratação de empresa para terceirização de mão de obra na saúde do Município.
Ofícios foram encaminhados, na última sexta-feira (31), e encaminhados na segunda (03), ao prefeito Ronaldo Dimas, ao secretário Jean Coutinho e ao presidente do Conselho Municipal de Saúde (CMS), Agnaldo Teixeira, para que enviem à promotoria todos os documentos da licitação e habitação da Fundação Restaurar, no prazo de 24 horas. A análise dos documentos será feita pelo promotor Alzemiro Wilson Peres Freitas.
A nova entidade vai substituir o Instituto Sócio Educacional Solidariedade (ISES), que vem enfrentando graves problemas judiciais e encerrou suas atividades no mês de julho. O custo da nova terceirização sairá por cerca de R$ 9,6 milhões ao ano na Secretaria Municipal de Saúde.
A Fundação Restaurar é sediada em Valência (BA) e vai contratar pessoal para as secretarias da Saúde, Educação e Cultura, Esporte e Lazer pelo prazo de seis meses, podendo ser prorrogado o contrato por igual períodoo.
Aprovação no CMS
No dia 27 de julho, o Conselho Municipal de Saúde (CMS) aprovou, em última votação, a qualificação da Fundação para atuar na área da saúde em Araguaína. O debate foi tenso em prós e contra a matéria. O Conselheiro Edilson Roberto Alencar fez duras criticas ao contrato que pode chegar até R$ 9,6 milhões. “ É muito dinheiro!....Não é necessário entregar nas mãos de um empresa inexperiente, que claramente quer se aventurar no município.
Documentos requisitados
Do Conselho Municipal de Saúde, o Ministério Público requisitou os áudios das últimas cinco reuniões, bem como as atas e as listas de presenças dos conselheiros.” Já o secretario de saúde Jean Coutinho defendeu o contrato justificando economicidade e argumentou que mediante a fiscalização a Fundação Restaurar vai cumprir sua parte contratual.
Do prefeito Ronaldo Dimas e do secretário Jean Coutinho, o promotor requisitou cópia integral do procedimento de licitação realizado e quer saber se houve a participação de outras empresas, bem como os nomes, endereços, as respectivas propostas de preços e a tramitação que levou a serem classificados ou desclassificadas, tudo acompanhado da devida documentação.
Licitação
Se a Fundação Restaurar tiver sido a única participante da licitação, o Ministério Público determinou que o pregoeiro da Prefeitura de Araguaína apresente justificativa minuciosa sobre a decisão de prosseguir com o processo licitatório mesmo havendo apenas um participante.
Prazo
O MPE deu prazo de 24 horas para que os responsáveis prestem os devidos esclarecimentos, em razão do interesse público envolvido e da natureza específica da causa, que é a saúde pública. Havendo recusa ou omissão, os gestores serão processados criminalmente por crime de desobediência.
O outro lado
Em nota, a Prefeitura de Araguaína informou que a contratação da Fundação Restaurar foi realizada através de processo legal obrigatório e que está à disposição de quaisquer órgãos de fiscalização para esclarecimentos e/ou apresentação de documentação.