
Detentos do Barra da Grota fogem com reféns.
O Ministério Público Estadual (MPE) ofereceu denúncia contra 19 dos detentos da Unidade de Tratamento Penal Barra da Grota que fugiram do presídio no dia 2 deste mês.
A denúncia é relativa aos crimes cometidos com o objetivo de viabilizar a escapada, sendo eles: formação de organização criminosa; evasão mediante violência contra a pessoa; roubos e sequestros; tentativas de homicídio; furto; disparo de arma de fogo; tentativas de latrocínio; e porte ilegal de armas de fogo de uso permitido e de uso restrito.
No total, 28 detentos fugiram do presídio pela porta da frente, sendo que nove deles foram mortos e 19 foram recapturados e reencaminhados para a Barra da Grota, os quais agora foram denunciados.
A denúncia relata os crimes e seus respectivos autores e vítimas. É narrado que, para arquitetar a evasão e praticar os crimes relacionados a ela, os detentos formaram uma organização criminosa, liderada por Valdemir Gomes de Lima, que veio a falecer em confronto com os policiais.
Ainda dentro da unidade, eles fizeram técnicos da Defesa Social e agentes administrativos de reféns; subtraíram dos servidores armas, carteiras, celulares e chaves de veículos; e tentaram assassinar integrantes do sistema prisional com tiros e golpes de "chucho" (faca artesanal).
Saindo do presídio, servidores foram levados em sequestro e houve disparos de arma de fogo em direção à unidade prisional, como forma de comemorar a fuga.
Na rodovia TO-222, os fugitivos dispararam contra um condutor com o objetivo de roubar seu veículo; e confrontaram policiais militares com tiros, conseguindo subtrair da viatura policial duas pistolas semiautomáticas e munições.
Em seguida, os fugitivos entraram numa mata, levando consigo as armas e os reféns.
"As vítimas sofreram grave sofrimento físico e moral em poder dos denunciados, já que foram quase 30 horas sob a mira das armas de fogo, no meio de confronto entre os policiais e os denunciados, sendo que, inclusive, a vítima Elisângela quase morreu ao atravessar o rio Lontra por não saber nadar", consta no texto da denúncia, que é assinada pelo Promotor de Justiça Benedicto de Oliveira Guedes.