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MPTO denuncia bolsonarista acusado de tentar matar eleitor de Lula em Araguaína

Pai e filho foram alvejados quando comemoravam resultado da eleição presidencial de 2022.

Jovem foi atingido por tiro no setor Costa Esmeralda.
Foto: Reprodução/Deon Alves

O Ministério Público do Tocantins divergiu da Polícia Civil sobre o caso da tentativa de homicídio ocorrida em Araguaína, no segundo turno das eleições de 2022. Para o órgão ministérial, o crime foi motivado por rixa política, enquanto a PC havia descartado essa hipótese.

O MP informou que ofereceu denúncia em desfavor de Rafael Lima Neto, por homicídio tentado contra Edivan Gomes e o filho dele, Deyvit Mikelby da Silva Gomes.

De acordo com a apuração informada pelo MPTO, pai e filho trafegavam pela BR-153 em Araguaína numa moto, com uma bandeira do candidato à presidência Luiz Inácio Lula da Silva amarrada nas costas, quando Rafael, que dirigia uma caminhonete com adesivo do então candidato à reeleição de Jair Bolsonaro, tentou atropelá-los.

As vítimas chegaram a cair do veículo, mas se levantaram, fugiram e foram perseguidas sob disparos de arma de fogo. Edivan e Deyvit  abandonaram a motocicleta e se esconderam em um matagal próximo à via.

Segundo o MP, a fim de esconder os vestígios das tentativas de homicídio, Rafael colocou a moto na carroceria de sua caminhonete, abandonando-a no dia seguinte em um local afastado.

Recai ainda sobre o indiciado a acusação de coação de uma testemunha ocular, para que não gravasse as agressões ou ligasse para a polícia.

Na denúncia, o promotor de justiça Daniel José de Oliveira Almeida, requer que Rafael responda por tentativas de homicídios qualificado, praticado por motivo torpe e com uso de recurso que dificultou a defesa da vítima, não tendo consumado por circunstâncias alheias à vontade do denunciado.

Já a investigação apurada pela 2º Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (2ª DHPP), cujo inquérito foi concluído no final do mês abril deste ano, informava que apesar de as vítimas alegarem ter sido alvejadas por estarem usando roupas alusivas a um candidato à presidência, no caso Lula, o atirador teria efetuado os disparos depois ter o vidro do carro quebrado.

"Foi possível constatar que o autor efetuou os disparos de arma de fogo após ter o vidro do carro quebrado pela vítima", disse o delegado Breno Alves.