
A Polícia Civil do Tocantins prendeu em flagrante, na última sexta-feira (28), uma mulher identificada pelas iniciais A.M.S., de 41 anos, acusada de aplicar golpes em pelo menos 40 aposentados e pensionistas, causando prejuízos superiores a R$ 1 milhão. A ação foi coordenada pela 49ª Delegacia de Pedro Afonso, sob o comando do delegado Nivaldo Antunes Siqueira, que destacou a complexidade e a crueldade dos crimes.
O golpe
Segundo as investigações, a suspeita abordava as vítimas oferecendo redução de juros de empréstimos consignados e a suposta restituição de valores pagos a mais. Com a confiança dos idosos – muitos de baixa escolaridade –, ela coletava documentos, selfies e dados bancários.
"Uma vez de posse da documentação, a investigada fazia a portabilidade das contas das vítimas, transferindo-as para outros bancos, onde a autora passava a movimentá-las. A partir daí, ela fazia retiradas de parte dos benefícios e realizava empréstimos sem qualquer conhecimento ou mesmo anuência do titular da conta”, explicou o delegado Nivaldo.
Em um caso emblemático, três membros de uma mesma família perderam R$ 20 mil cada um, totalizando R$ 60 mil, após seguirem as orientações da golpista.
Experiência com consignados
Curiosamente, a investigada atuou por três anos de forma legal no mercado de empréstimos consignados. Há cerca de um ano e três meses, porém, passou a utilizar sua expertise para aplicar golpes.
"Por confiarem na investigada, dezenas de pessoas acabaram caindo em golpes e tendo prejuízos que ultrapassam em muito o valor dos próprios benefícios que recebiam, sem contar os empréstimos que não pediram e sequer tinham conhecimento”, ressaltou o delegado.
As primeiras denúncias chegaram no final de 2024, mas as investigações ganharam força em fevereiro, quando a polícia obteve um mandado de busca e apreensão. Na ocasião, A.M.S. entregou um celular sem chip e escondeu o computador usado nos crimes, dificultando a coleta de provas.
Prisão preventiva e investigações em andamento
Diante da gravidade dos crimes e das tentativas de obstrução da justiça, a Justiça deferiu a prisão preventiva da suspeita. O delegado acrescentou que as investigações, visto que mais pessoas podem ter sido vítimas da mulher