Encaminhado à Câmara de Araguaína pelo prefeito Wagner Rodrigues, o Projeto de Lei que altera o PCCR (Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração) da educação segue em tramitação e tem sido alvo de intensos debates. Em greve, os professores cobram apoio dos vereadores para apresentar emendas e mudar a atual redação do texto.
Na semana passada, o plenário da Câmara ficou lotado de educadores que pressionaram o Legislativo a atender as reivindicações da categoria. Na segunda-feira (3), o Sintet realizou uma nova mobilização em frente à Casa e cobrou um posicionamento público dos parlamentares.
Cautelosos, os vereadores da base do prefeito preferiram adotar o silêncio, evitando se comprometer com um tema considerado sensível. Alegaram que só irão se manifestar oficialmente após o projeto ser liberado do Jurídico e chegar aos gabinetes, quando prometem analisá-lo “com responsabilidade” e propor eventuais alterações.
O tom de prudência também prevalece entre boa parte da oposição. Apenas os opositores mais ferrenhos endureceram o discurso, sinalizando que pretendem enfrentar o Executivo e tentar barrar o PCCR no formato proposto.
Com o avanço da tramitação, os vereadores terão de se posicionar: aprovar o projeto conforme enviado por Wagner Rodrigues ou propor mudanças para atender as demandas dos professores. A definição promete expor o jogo político dentro da Câmara.
Quem votar de acordo com o Executivo pode perder o apoio da categoria e de seus familiares nas próximas eleições. Por outro lado, quem se alinhar às reivindicações dos professores corre o risco de perder espaço e prestígio junto ao governo municipal. A escolha será estratégica — e cada um fará seus cálculos.
Historicamente, vereadores de oposição em Araguaína costumam cumprir apenas um mandato, o que torna o cenário ainda mais delicado. E, para evitar o desgaste político, alguns já estudam uma saída: recorrer a uma licença médica e deixar que o suplente vote em seu lugar, escapando do confronto direto com os dois lados.
Apesar da pressão, o que se comenta nos bastidores é que o PCCR deve ser aprovado nos termos encaminhados pelo Executivo.

