
A Prefeitura de Araguaína entregou as primeiras próteses de membros superiores fabricadas pela Oficina Ortopédica do Município. As sete próteses foram entregues na última semana para pacientes que fazem tratamento gratuito de reabilitação no Centro Especializado em Reabilitação (CER) de Araguaína. Entre eles está o mecânico William Rodrigues, que perdeu parte do braço direito em 2020, por conta de um acidente de trabalho.
“Parece algo simples, mas que muda as nossas vidas. Com a prótese, eu estou recuperando minha independência e consigo voltar a fazer coisas simples, como segurar um copo, talheres e calçar meu sapato sem ajuda de outra pessoa. Estou recuperando a minha qualidade de vida”, contou Wilian Rodrigues.
Tecnologia de ponta
As próteses fabricadas na Oficina Ortopédica de Araguaína são membros artificiais personalizados que foram projetados de forma exclusiva para cada paciente, restaurando funções como movimento e pegada, oferecendo independência, autonomia e melhora na qualidade de vida do usuário.
Para a fabricação, os funcionários da Oficina Ortopédica receberam treinamento da empresa alemã Ottobock, que é parceira do Município, tornando Araguaína pioneira no Tocantins, na produção de próteses de membros superiores pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
“Essas são próteses mecânicas funcionais, com capacidade de auxiliar nas atividades da vida diária, se diferenciando de próteses unicamente estéticas. Elas realizam por exemplo o movimento de pinça da mão, possibilitando que a pessoa possa segurar objetos. Esses pacientes vão passar por um processo de reabilitação aqui mesmo no CER, onde irão se adaptar ao uso da prótese, alcançando um maior potencial dela”, explica Alysson Alvim Campos, coordenador das oficinas ortopédicas da rede de reabilitação do Hospital de Amor.
Oficina Ortopédica
A oficina conta com salas de treinamento, salas de molde e próteses, sala de tapeçaria e costura, realizando todo o processo de fabricação de próteses na própria unidade, que trabalha em parceria com a unidade do Hospital de Amor em Barretos (SP), utilizando equipamentos de ponta como o Robô Victor, o único do Brasil que atende pelo SUS e é responsável pelo molde com as medidas do paciente.
Depois de pronta, a prótese passa por aparelhos que fazem o alinhamento das peças em 3D, oferecendo uma prótese sob medida e alinhada de acordo com cada pessoa. Todo o trabalho é realizado em conjunto com o CER, que atende diariamente a uma média de 100 pacientes com tratamentos especializados.
As duas unidades são gerenciadas pelo Hospital de Amor e oferecem, além das próteses, diversas especialidades para tratamento físico, intelectual, auditivo e visual, com fisioterapeuta, terapeuta ocupacional, fonoaudiólogo, nutricionista, pedagogo, psicólogo, além da equipe médica.
“Araguaína hoje é referência na fabricação de próteses, atendendo toda a região Norte do estado. Esta é mais uma conquista para nós araguainenses e um orgulho por termos de forma gratuita, um serviço tão qualificado e que melhora a vida a população”, comentou a secretária de Saúde de Araguaína, Dênia Rodrigues.
Única do Tocantins
Com quatro anos de existência, a Oficina Ortopédica de Araguaína é a única pública do Tocantins e é mantida pela Prefeitura de Araguaína e com recursos do SUS (Sistema Único de Saúde). A unidade já realizou, de forma gratuita, mais de 3.500 atendimentos, além da fabricação de artigos ortopédicos como próteses, órteses, palmilhas, entre outras adaptações, com o objetivo de devolver a autonomia para pessoas com deficiência ou que perderam algum membro do corpo.
A próxima a receber uma prótese de membro superior é a dona de casa Vivian Augusta Mourão, que perdeu o braço em um acidente de trânsito no ano passado.
“Eu não queria uma prótese que fosse apenas estética e fiquei impressionada quando descobri o CER. Aqui, nós somos tratados com muito amor e a qualidade do serviço impressiona. Acho que poucos lugares no Brasil têm um serviço público de tanta qualidade. Estou ansiosa para receber a minha autonomia de volta, poder fazer minhas coisas sozinha e ter qualidade de vida”, disse Vivian.