Ação Policial

PF cumpre mandato e prende coronel do Exército que usava tornozeleira em Palmas

Condenado a 16 anos pelo STF, militar foi detido em operação da Polícia Federal determinada pelo ministro Alexandre de Moraes

Coronel do Exército Fabrício Moreira de Bastos foi preso pela Polícia Federal na manhã deste sábado (27), em Palmas.
Foto: Divulgação

O coronel do Exército Fabrício Moreira de Bastos foi preso na manhã deste sábado, 27, na capital Palmas. Ele havia sido condenado a 16 anos de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF), usava tornozeleira eletrônica e, neste sábado, a Polícia Federal cumpriu o mandado determinado pelo ministro Alexandre de Moraes.

De acordo com o G1 Tocantins, o coronel Fabrício foi condenado no dia 18 de novembro, pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), junto com outros nove réus. A publicação destaca que, segundo o STF, o grupo integrava o Núcleo 3 da trama, responsável pelo “planejamento de ações violentas da organização criminosa, como o assassinato de autoridades”.

Defesa contesta prisão

O advogado Marcelo Cordeiro, responsável pela defesa do coronel Fabrício, afirmou que a prisão é arbitrária, ilegal e sem fundamento. A defesa se manifesta “veemente contrária à decretação da prisão”.

Afirmando ser mais uma conduta arbitrária e ilegal do ministro do Supremo Tribunal Federal, pois não há fundamentação de fato ou de direito que justifique essa medida”, disse ao G1 o advogado Marcelo Cordeiro.

Ele ressaltou que “o cliente não ofereceu nenhum risco ao andamento do processo, respondeu a todos os atos processuais e cumpriu todas as determinações, portanto, não há necessidade de decretação da prisão ou de uso de tornozeleira”.

Crimes e condenação

O coronel foi condenado a uma pena de 16 anos de prisão pelos crimes de tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, participação em organização criminosa armada, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.

Operação em vários estados

Além do Tocantins, a Polícia Federal também cumpriu mandados nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Espírito Santo, Paraná, Goiás, Bahia e no Distrito Federal, com apoio do Exército Brasileiro em parte das diligências.

Participação na trama golpista

Conforme publicado pelo jornal O Globo, Fabrício era integrante das Forças Especiais do Exército, os chamados “kids pretos”, e confirmou ao STF a existência de uma carta aos oficiais como forma de pressionar o alto comando do Exército a aderir à chamada Trama Golpista.

Ele também teria atuado encaminhando a carta a outros militares como uma forma de angariar apoio à ação. No interrogatório, Bastos disse receber ordens de um superior. Também afirmou que a carta era “muito mal escrita” e deveria ser entendida como um “desabafo” dos oficiais responsáveis pelo documento.

(Com informações do G1 Tocantins)