Em coletiva de imprensa nesta quarta-feira (8), o delegado da Polícia Federal em Araguaína, Tarcísio Júnior Moreira, detalhou o esquema de desvios na prefeitura de Goiatins. Os fatos investigados, segundo a PF, ocorreram na gestão do ex-prefeito Vinícios Donover Gomes (PSD), entre os anos de 2012 e 2016. Os crimes investigados são desvios de recursos e lavagem de dinheiro.

A investigação começou no ano de 2015 e o prefeito Vinícios foi preso em 2016. Segundo a PF, na época o prejuízo causado aos cofres públicos chegou ao montante de R$ 10 milhões.  Contudo, 10 meses depois a população fez uma "vaquinha" de R$ 50 mil para pagar fiança. Ele foi solto e recebido com festa.

Hoje (8/8) a PF deflagrou nova fase da operação que investiga mais desvios, ocorridos ainda no mandado de Vinícios.  Cerca de 30 policiais cumpriram mandados de busca e apreensão em três cidades. O delegado Tarcísio Júnior disse que o esquema era "generalizado", envolvendo todas as áreas da prefeitura. Por isso, ainda não foi possível mensurar o valor "global" dos desvios.

No caso específico o dinheiro era desviado do Fundeb ? fundo destinado à educação e à merenda escolar. Segundo a PF, ao menos quatro empresas de Goiatins foram contratadas sem licitação e emitiram notas.

"Arrumavam algum subterfúgio. (...) Contratação da empresa, fornecimento de materiais, alimentos para merenda escolar. (...) Provavelmente superfaturados, não tem comprovação de recebimento desses materiais". Explicou o delegado Tarcísio.

De acordo com a investigação, os recursos desviados eram depositados nas contas dos gestores públicos, incluindo o ex-prefeito Vinícios. A PF também identificou o uso de notas fiscais fria.

"A mesma nota usada quatro, cinco vezes, para compras diferentes. Uma nota, teoricamente seria [verdadeira], e as outras para documentar o desvio direto de recursos." Finalizou.

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