Fernando Almeida e Ramila Macedo
A Polícia Federal prendeu dois homens manhã desta quinta-feira (2) em Araguaína, durante a Operação OFFSET. Eles são suspeitos de manter uma fábrica clandestina de dinheiro na cidade e de integrarem a uma organização criminosa que já colocou em circulação aproximadamente 4 milhões de reais em cédulas falsas no Tocantins e em outros seis estados das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.
Segundo a Polícia Federal, nove pessoas foram presas em três cidades do Tocantinsâ??Palmas, Araguaína e Porto Nacional. De acordo com a PF, a organização criminosa atuava desde 2011 na falsificação, distribuição e comercialização de cédulas em sete estados. E de acordo com o Banco Central, somente de novembro de 2014 a junho de 2015 foram comercializados mais de R$ 2 milhões em dinheiro falso.
De acordo a Polícia Federal, a fábrica de cédulas funcionava na casa de um dos presos em Araguaína. No ato das prisões, foram apreendidos R$ 127 mil em notas falsas de 100, prontas para serem comercializadas. A PF não divulga nomes, mas o AN apurou que um deles trata-se do serigrafista Belfran Batista da Silva, 35 anos, levado para a CPPA. Já o outro suspeito foi identificado como Antônio Silva Sousa, motorista, também de 35 anos.
Fábrica em Araguaína
![]() |
PF apreendeu 127 mil reais em cédulas falsas na casa de um dos acusados em Araguaína. Foto: Divulgação PF |
Conforme a Justiça Federal do Tocantins, a organização criminosa mantinha a fábrica de cédulas em Araguaína e distribuía além do Tocantins, para os estados do Pará, Goiás, Maranhão, Piauí, Pernambuco e do Distrito Federal.
Em coletiva de imprensa em Palmas, o delegado da PF, Fernando Paganelle explicou que desde o final de 2014 vinha registrando grande quantidade de cédulas falsas de 100 reais no comércio de Palmas. A partir dos trabalhos dos peritos federais, foi possível fazer o cruzamento das características das cédulas e constatou-se de que se tratava de um mesmo grupo que as distribuía.
Distribuição
A investigação, iniciada há cerca de 4 meses, descobriu que a quadrilha produzia somente cédulas de 100 reais em Araguaína, usando os métodos de impressão a jato de tinta e serigrafia. As notas tinham padrão elevado de semelhança as originais, e isso facilitava a circulação.
“Difícil de ser identificada por pessoas não treinadas, e sua fabricação ainda é objeto de apuração pelos peritos criminais federais” afirmou Paganelle. Ele ainda explicou que as notas eram distribuídas a pessoas de confiança na organização que repassava a terceiros, e esses repassavam no comércio.
Nesse período, de quatro meses, foram apreendidas pela PF aproximadamente R$30.000 em cédulas falsas, na posse de 15 pessoas, presas em flagrante.
![]() |
![]() |
Segundo acusado chegando a PF de Araguaína. | Fotos: Fernando Almeida/Araguaína Notícias |